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Artigos-->A estrela no jardim de Hiroito -- 17/04/2004 - 23:34 (Athos R. Miralha da Cunha) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos




A estrela no jardim de Hiroito

Athos Ronaldo Miralha da Cunha



Ouçam a ruído da relva crescendo. E nos jardins estão brotando estrelas encarnadas.

As estrelas simbolizam o Universo, elas compõem a vastidão que foge ao alcance da nossa visão. As estrelas cintilam nas noites enluaradas desse abril pretensamente avermelhado. Um abril despedaçado que pede clemência nos campos e águas nos açudes.



As estrelas serão sempre celebridades. Porque brilham impávidas e majestosas na abóbada noturna. E nesse céu estrelado da América do Sul, entre um Cruzeiro e Marias, brilha no planalto central uma estrela vermelha. Incandescente nos jardins do Palácio.

Há uma preocupação exacerbada com quem plantou essa estrela no quintal doado pelo ex-imperador do Japão e tombado pela ONU como Patrimônio Cultural da Humanidade. Abusada essa estrela, intrometida, querendo brilhar mais que os jardins de Hiroito.



Não a vejo como indiscreta ou penetra. Ela apenas cansou de brilhar no céu e veio ornamentar o quintal do Palácio. Um instigante arranjo floral.

Essa estrela percorreu cidades e varou linhas imaginárias que demarcam fronteiras quando abandonou o seu lugar na imensidão. Andou por casebres, foi vista nas sacadas dos prédios e nos tapumes das obras. Essa estrela cruzou rios, vales e montanhas e pousou no planalto. Essa estrela encantou multidões nas capitais e nos mais longínquos rincões e emocionou o Brasil. Com a esperança ela venceu o medo.

Essa estrela foi vedete das avenidas por esses fóruns mundiais. Solidária com os excluídos, brilhou nas inocentes mãos de uma criança de rua.



No entanto, ela pode ser uma intrometida nesse jardim tombado, mas ela é um aviso ao presidente. Quando Lula chegar na janela para dar uma espairecida contemplando o verde-esperança de seu quintal, verá em sua frente uma eloqüente estrela de sálvias para lembrá-lo de seus históricos compromissos.

O vermelho da estrela contrastando com o verde da grama é arrebatador. Será uma cobrança, diuturna, ao presidente, dos 10 milhões de empregos, do crescimento econômico, da distribuição de renda, da transparência administrativa e das, ansiosamente esperadas, transformações sociais.

Essa estrela incomoda pela sua afronta em ser um arranjo vermelho no jardim do Palácio, mas incomoda muito mais ao presidente. Pois ela está lá, viva, impaciente, no aguardo do cumprimento das metas de campanha.



Essa estrela possui uma trajetória de lutas aguerridas, pela vida e para continuar brilhando. E há momentos que até as estrelas cansam de esperar. E desejam apenas momentos serenos de repouso. Pois, em seguida, estarão novamente em busca de outras paragens e indo ao encontro de horizontes novos e verdejantes.



Não é um sacrilégio e nem um desacato. Ela está no jardim de Hiroito para não ser esquecida.

E quando os compromissos forem cumpridos, respeitando a simbologia que ela encerra, ela voltará com seu brilho encantando o côncavo celeste que é o seu lugar de direito.

E será a mais brilhante no crepúsculo alaranjado da primavera.

Mas, enquanto isso, ela estará intrusa no jardim de Hiroito refrescando a memória do Presidente.







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