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Teses_Monologos-->Jaíba - Uma Visão Missionária -- 30/12/2005 - 13:29 (Nezinho Costa) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
É fato que na região onde hoje se situa o município de JAÍBA já existiram muitas lagoas, decorrentes das vazantes do Rio Verde Grande, em seus tempos áureos.
Nos tempos de enchente desse Rio, suas águas avançavam mata adentro, enchendo todas as depressões de terreno que estivessem em seu caminho. Como com o conseqüente retorno do rio ao seu leito original, tais águas ficavam represadas, e por estarem no meio da mata, a decomposição da matéria orgânica sob elas, tais como folhas, madeira e, até animais pegos de surpresa e sem escape, tornavam essas águas escuras e com cheiro e gosto desagradáveis.
Daí o termo indígena dado à região: AY-BA = ÁGUAS PODRES, e sua corruptela = JAÍBA.
A JAÍBA nasceu de PROJETO governamental dos GOVERNOS FEDERAL E MINEIRO, que foi implanto em meados da década de 60. Uma civilização implantada no meio do nada, ou melhor, no meio das “ÁGUAS PODRES”.
Durante muito tempo vigorou na região o espírito pioneiro e desbravador inerente ao povo brasileiro, trazendo consigo todo tipo de vícios e maus costumes.
Foi como a histórica corrida do ouro na AMÉRICA. Para a JAÍBA acorreram “AVENTUREIROS” de todos os tipos e de todas as partes, do país e do exterior.
Então, a povoação ali implantada denominava-se “NÚCLEO DE COLONIZAÇÃO JAIBÊNIA”, cortada ao meio pelo RIO VERDE GRANDE e dividida entre dois municípios: MANGA e MONTE AZUL. A parte da povoação situada do lado de MANGA foi batizada de JAIBA; a parte situada do lado de MONTE AZUL recebeu o nome de NOVO HORIZONTE.
Para seus habitantes era mais simples. Existiam dois lados, logo era “O LADO DE LÁ”, JAÍBA, e “O LADO DE CÁ” NOVO HORIZONTE.
Na JAÍBA residiam os funcionários da RURALMINAS, EMATER, EPAMIG, DER/MG, MINAS CAIXA, CASEMG, CAMIG, USINA SERRA AZUL, o Padre, médicos, enfermeiros, professores e técnicos, todos em conjunto habitacional exclusivo e, em NOVO HORIZONTE residia o populacho, e da melhor forma que conseguissem.
Como os políticos, de um modo geral, gostam de dar nomes de defuntos a coisas que não lhes pertencem, não demorou muito e NOVO HORIZONTE recebeu um novo nome: “OTINOLÂNDIA”, em homenagem a um delegado (leigo) de POLÍCIA que ali morara e morrera: OTINO DE FREITAS BARBOSA.
O NÚCLEO DE COLONIZAÇÃO JAIBÊNIA foi um PROJETO PILOTO, do qual buscava-se experiência para outros mais nos mesmos moldes, mas, na realidade serviu como BASE DE OPERAÇÕES para o estabelecimento do ambicioso PROJETO JAÍBA, já tão famoso por ser o maior empreendimento de irrigação da AMÉRICA LATINA.
As pessoas que acorriam à JAÍBA tinham um objetivo: GANHAR MUITO DINHEIRO.
Tal ganância tinha razão de ser, pois ali também aportaram grandes empresas, destacando-se dentre as mesmas a RURALMINAS, ESTATAL MINEIRA gerenciadora do NÚCLEO DE COLONIZAÇÃO e “XERIFE” da JAÍBA, e o GRUPO OMETTO, que implantava ali uma “MEGA USINA DE PRODUÇÃO DE AÇÚCAR E ÁLCOOL”.
Emprego não faltava para quem tivesse coragem. Afinal desbravava-se um campo inóspito! Era boca-corrente o ditado: “JAÍBA É TERRA ONDE O FILHO CHORA E A MÃE NÃO ACODE”.

Muita gente morreu na região da JAÍBA. Uns comidos por animais selvagens (haviam muitas onças na região), outros por doenças decorrentes da insalubridade local e, muitos outros, assassinados nos muitos antros de perdição ali instalados, chamados de “Inferninhos, Casqueiros, Quebras, etc”. Aplicou-se ali o ditado: “O QUE ESCAPAR DO CÉU (DA BOCA DA ONÇA) CAIRÁ NO INFERNO”.
Nesses antros de perdição, romanticamente chamados de Zona Boêmia, chegava-se a matar até duas pessoas por dia, de onde também falava-se: “NA JAÍBA MATA-SE UM CEDO E AMARRA-SE OUTRO PARA MATAR À TARDE”.
Aliados a tais “cabarés”, assim também chamados, estabeleceram-se na JAÍBA muitos “centros de macumbas”, que ofereciam apoio espiritual às mulheres radicadas ali, chamadas de “mulheres de vida fácil”, ou simplesmente “quengas do quebra”, assim como também aos proprietários de tais estabelecimentos.
O “cabaré” mais famoso, e também mais sangrento, chamava-se “BOITE BOLA BUA”, na periferia de OTINOLÂNDIA, e seu proprietário era conhecido por “DEDÉ”.
O movimento de pessoas e veículos nas imediações desse estabelecimento era assombroso. Afinal circulavam-se pela JAÍBA algo que cerca de mil caminhões por dia, ou muito mais, pertencentes às empresas ali estabelecidas e ainda empresas extratoras de carvão vegetal, construtoras de estradas de rodagem, empreiteiras do Projeto JAÍBA, empresas de construção civil e materiais de construção, transportadoras, etc. A JAÍBA fervilhava como uma cidade de “FAROESTE”.
Dos “centros de macumbas” ali situados destacara-se dois: o “PALÁCIO DOS DESPACHOS E MACUMBAS”, que na realidade era uma choupana de pau-a-pique coberta de capim seco e lona, situada nos arredores de OTINOLÂNDIA e pertencente a uma senhora de nome DAMIANA; e o outro era o “TERREIRO DE UMBANDA PAI MANOELITO DE ANGOLA”, único com sede própria, pertencente a uma senhora de nome ADELINA, também chamada por “ADELINA CURANDEIRA”.
Esses dois “centros” dividiam entre si o atendimento de tão grande e diversa freguesia.
Muitos outros “terreiros” nasceram e morreram. Muitos “aproveitadores” surgiram e desapareceram. Esses “centros” ficaram.
A IGREJA CATÓLICA, que chegara à tira-colo da RURALMINAS, estabeleceu dois Templos, um de cada lado do Rio Verde, num intervalo de quase vinte anos: primeiro o do “LADO DE LÁ”.
A IGREJA BATISTA chegou logo depois, estabelecendo um Templo no “LADO DE CÁ”. Depois chegaram as TESTEMUNHAS DE JEOVÁ.
Detalhe interessante: as festas dos “centros de macumbas” eram mais concorridas que as missas da IGREJA CATÓLICA. Não precisa nem mencionar a BATISTA ou as TJ.
Determinadas festas, e eram muitas, chegavam a iniciarem-se na noite de sexta-feira e encerrarem-se na manhã de segunda-feira, a tempo de as pessoas irem para o serviço.
Nas escolas difundia-se a diversidade de cultos, inclusive com apresentações de rituais de feitiçaria em peças de teatro nas comemorações folclóricas.
Quando tal onda arrefeceu, devido um pouco mais de civilidade que aportava à região, sobreveio a ganância humana, movida pela corrupção latente em órgãos públicos ali instalados, provocando movimentos sociais e lutas armadas, onde vidas se perderam, ceifadas por “PISTOLEIROS” e até por autoridades constituídas para “PRESERVAREM A VIDA”.
Durante a década de 80 eclodiram na região diversas frentes de lutas pela REFORMA AGRÁRIA.
As terras da RURALMINAS e OMETTO foram invadidas e ocupadas por SEM-TERRAS, organizados pela ASSOCIAÇÃO DOS POSSEIROS DA JAÍBA.
O Governo ensaiou medidas paliativas que, entretanto, apenas serviram para aumentar a diferença entre as classes mais ricas e as mais pobres.

Todas as medidas levadas a termo na JAÍBA, em benefício dos pobres, se reverteram em benefício para os ricos.
No início da década de 90 a região foi emancipada politicamente, unindo-se os dois lados, “O DE CÁ COM O DE LÁ”, em um só município, denominado JAÍBA.
Com a implantação da primeira fase do JAIBÃO (nome dado ao PROJETO JAÍBA), a fartura chegou à região através da produção das áreas irrigadas.
Hoje, poucas, ou quase nenhuma, LAGOAS DE ÁGUAS PODRES existem na JAÍBA. Foram aterradas para darem lugar ao “PROGRESSO”. Com isso, aterraram-se as ÁGUAS PODRES sem “NEUTRALIZAREM” antes os seus efeitos danosos, os quais continuam a influenciar a vida na região.
As grandes empresas abandonaram seus projetos e a região.
A REFORMA AGRÁRIA implantada pelo GOVERNO DE MINAS (TANCREDO NEVES) na década de 80, sem qualquer suporte financeiro, deixou os SEM-TERRAS “mais” sem terra ainda, pois tiveram que vender suas terras, recém ganhadas, para voltarem à cidade, a fim de sobreviverem. Com isso, os fazendeiros compraram tais terras e ficaram “mais” latifundiários ainda.
Mesmo sob a terra, as águas da JAÍBA continuam podres.
Urge que se lancem às águas da JAÍBA a “ÁRVORE DA VIDA”, a “Oliveira Verdadeira”, a fim de que se reverta tal situação e tais águas se convertam em águas saudáveis.
A JAÍBA é constituída por população marcadamente rural, e a maioria de seus habitantes reside na Zona Rural, em AGROVILAS denominadas de “LINHAS”, tais como: LINHA 1, LINHA 2, LINHA C, LINHA SECA, etc., o que tem dificultado a implantação de IGREJAS sérias no município.
Algumas denominações já se encontram na região, trabalhando arduamente. Contudo têm surgido movimentos, ou seja, igrejas locais, que têm desvirtuado a pregação do VERDADEIRO EVANGELHO DA GRAÇA.
A região é carente, paradoxalmente ao que se alardeia. Na realidade a terra é rica mas o acesso a ela é para poucos.
Contudo, o desejo de sucesso que se encontra no coração de cada “JAIBENSE” tem calcinado suas mentes e gerado resistência à entrada de JESUS CRISTO em suas vidas.
Mas, HÁ ESPERANÇA PARA A JAÍBA!
SUAS ÁGUAS TÊM QUE SER SARADAS!
“E chegaram a Mara, mas não podiam beber das suas águas, porque eram amargas; por isso chamou-se o lugar Mara. E o povo murmurou contra Moisés, dizendo: Que havemos de beber? Então clamou Moisés ao Senhor, e o Senhor mostrou-lhe uma árvore, e Moisés lançou-a nas águas, as quais se tornaram doces. Ali Deus lhes deu um estatuto e uma ordenança, e ali os provou, dizendo: Se ouvires atentamente a voz do Senhor teu Deus, e fizeres o que é reto diante de seus olhos, e inclinares os ouvidos aos seus mandamentos, e guardares todos os seus estatutos, sobre ti não enviarei nenhuma das enfermidades que enviei sobre os egípcios; porque eu sou o Senhor que te sara.” Êxodo 15:23 a 26
O Evangelho tem que chegar até a JAÍBA, não como uma válvula de escape das tribulações diárias, mas sim, como ENTRADA REAL PARA A VIDA ETERNA.
IMPÕE-SE UMA ESTRATÉGIA PAULINA.
“Pois, sendo livre de todos, fiz-me escravo de todos para ganhar o maior número possível: Fiz-me como judeu para os judeus, para ganhar os judeus; para os que estão debaixo da lei, como se estivesse eu debaixo da lei (embora debaixo da lei não esteja), para ganhar os que estão debaixo da lei; para os que estão sem lei, como se estivesse sem lei (não estando sem lei para com Deus, mas debaixo da lei de Cristo), para ganhar os que estão sem lei. Fiz-me como fraco para os fracos, para ganhar os fracos. Fiz-me tudo para todos, para por todos os meios chegar a salvar alguns.” II Coríntios 9:19 a 22.

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