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Poesias-->FOME ... -- 05/02/2002 - 10:41 (Fabiano de Albuquerque Schwenck) |
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FOME ...
Acordei faminto
De um estado em que, antes, refazia o início
Onde, passo a passo, reconstituía o signo
E abria porta por porta da inconsciência
Deixei que me encontrassem perambulando
Como um louco, um pária pútrido e repugnante
Um verme faminto de mim mesmo ....
Os dias se passavam como que num único clarão
Eu não podia ver nada, perceber coisa alguma
A não ser aquele cheiro que me impregnava as narinas
Que mais me parecia cheiro de cadáver se decompondo
Mas era cheiro de vida brotando
Morte brotando da vida
Ou vida nascendo da morte
Um ressuscitar despedaçado e morto ...
Acendi um incenso no meu senso
Experimentei o sem senso, o desconexo
Puxei um baseado do lado da minha cabeça
Onde guardo meus preconceitos
E todos os conceitos mais antigos
Subverti idéias, perverti sentidos
Minha cabeça como uma puta-velha devassa, Devassada
Como uma menina que acaba de ser descabaçada
Morrendo de tesão
E com um medo da porra
Não existe paixão que me atrele a ideais tão antigos
Nem sonhos que me atenham a sonhos que se sonham dormindo ou acordado
Não existe sombra, pó ou matéria bruta
É tudo inatingível
É tudo brisa
É tudo luz de bordel ...
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