O despertar do amor é, realmente, algo fascinante. Em seus primeiros tempos, o amor toma posse do ser. Deixa-o simplesmente, absorto, diria, consumido pela idéia de amar. A cada novo dia, uma nova alegria. Em todos os detalhes, busca-se observar para poder, futuramente, satisfazer a pessoa amada.
O despertar do amor traz em si um desejo imenso de se estar junto, de compartilhar, de querer participar ao outro os detalhes do dia, do sorriso dado e da mais ínfima alegria.
O despertar do amor é, literalmente, abrir-se. Deixar penetrar na alma, a alma do amado ou amada. É o exercício da doação. Assim como a flor permite à abelha a coleta do néctar que tanto bem lhe faz.
O despertar do amor é um momento. E, como momento que é, traz a realização do amor através do toque, pois o toque não é eterno. Precisa Ser renovado
O despertar do amor requer confiança e a mais extrema tolerância.
O despertar do amor requer aprendizado. Não que se esqueça o passado, mas, que se compreenda que ele já foi vivenciado e que outros tempos são chegados.
O despertar do amor, quando acontece em meio a um amor mal acabado, deve-se aguardar, de lado, até que a conclusão tenha chegado. Não que se esqueça por completo, pois isto é impossível. Basta a compreensão que outros tempos são chegados e a vida caminha para frente. Algumas vezes, no entanto, para evitar o pranto, quanto menor o contato mais a vida retoma o encanto.
O despertar do amor aceita o ciúme, não como limite à vida, mas como tempero necessário ao prato principal.
O despertar do amor não exige para si toda a atenção. Entende que no fundo, o ser precisa ser social para viver.
O despertar requer, parceria; diria melhor, cumplicidade. É necessário estar ciente que ninguém se realiza através do outro. Se essa realização for somente através do outro, na ausência deste outro o ser deixa de viver e, isto é inconcebível.
O despertar do amor é fonte insaciável. Mas, pode-se ocultar, momentaneamente, até que o ser reconheça-se como vivente. Nesta hora é preciso recomeçar. É preciso fazer despertar o amor. É preciso trazê-lo à tona.
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