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Artigos-->Nosso Sistema Entrópico -- 08/09/2001 - 18:49 (Abilio Terra Junior) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
[Entropia - medida da quantidade de desordem dum sistema.]



Em nosso sistema entrópico, os valores perdem significado, a aparência

domina, em detrimento do conteúdo o significante, do siginificado.

O que importa é o destaque dado ao vocábulo em si, sem que esse tenha

consonância necessariamente com a realidade do fato, ou do universo

interior dos sentimentos, das idéias, das emoções, assim como dos

arquétipos e dos deuses numinosos.

Tudo isso perde valor diante do momento, do argumento, que extrapola

qualquer medida.

A autoridade, conquistada por herança genética, social, econômica, ainda

que para tal se necessite de reforços acadêmicos, profissionais,

eleitorais, políticos, familiares, grupais, reina soberana, contra

princípios do genuíno capitalismo, que se assenta sobre a livre

concorrência produção em quantidade necessária e suficiente para reduzir o

custo unitário de produção capacidade, conhecimento, competência

individual justiça independente e altaneira legislativo igualmente

independente e lúcido órgãos de segurança policiais e militares preparados

a nível cultural, econômico, psicológico e técnico-profissional.

A cultura, na arte, na música, na literatura, para não mencionar a mídia,

resvala pelo desvão imediatista do sucesso ao gosto do público, que, por

sua vez, segue parâmetros made in USA , amplamente difundidos e diluídos

por indústrias multinacionais ostentadoras de elevadas concentrações de

capitais e de padrões sub-culturais exportados ao mundo globalizado

fecha-se o círculo, e nada penetra ou sai do próprio.

Vencer a qualquer custo é o padrão-mor, cansativamente explorado pela

indústria cinematográfica-publicitária de Holywood e órgãos correlatos.

Always winner, never looser or outsider.

Este parâmetro, no entanto, conflita direta e agressivamente com toda uma

tradição da cultura digna desse nome, que não se submete a padrões

ditados, estabelecidos, pelos donos do poder, do capital, do statu quo ,

dos regulamentos e das normas.

O poeta, o escritor, o artista, destaca-se pela sua consciente lucidez no

seio do statu quo estabelecido, padronizado e produtivo . Como se

apenas a produção do burguês, comerciante, industrial, publicitário etc,

fosse digna desse nome! Como se o poeta, com sua obra liberta, metafórica,

transcendente, não representasse o elemento único, transmutador da ordem

entrópica, morta e seca, o salvador vibrante, que conduz os membros do

rebanho à aurora solar e lunar, atemporal, redentora!

O que Carlos Drummond de Andrade, com o seu eu lírico gauche por

excelência, diria desse estado de coisas quadrático , normático , dúbio,

nivelado por baixo, a pretensa paz do rebanho (viva o Big Brother)!?...

Coitado, não agüentaria... sairia de fininho ... para o mundo da poesia!







Abilio Terra Junior
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