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Artigos-->Relacionamentos -- 28/04/2004 - 17:54 (Paulo Araújo de Lima) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Nesta vida tenho visto algumas coisas muito interessantes. Uma delas, com certeza, é a forma como entramos em relacionamentos sem a menor avaliação se ele terá a possibilidade de ser bom ou ruim. É certo que tudo na vida é aprendizado mas, exageramos e deixamos a cargo do destino todas as soluções dos nossos relacionamentos. Tenho visto e falado com pessoas que relatam sobre seus envolvimentos com outras pessoas e situações. O começo é sempre quase o mesmo. Tudo é maravilhoso! “Ah, esta é A melhor pessoa do mundo! Não poderia ser melhor!” E por ai adiante.

O deslumbramento inicial é o encanto necessário para que se possa estabelecer o contato e abrir caminho para uma nova relação. A criança interior e livre, abre-se para o relacionamento e habitualmente a pessoa entra sem nenhum jogo. A impressão que se tem é a mesma da pessoa que vê o mar pela primeira vez. É um êxtase!

Aos poucos, quando dizemos que começamos a conhecer melhor, as pessoas com quem nos relacionamos, nossas histórias pessoais tomam seu lugar na “brincadeira” e passam a direcionar a forma de atuação de cada um. Esta mudança vai nos tirar do deslumbramento e o “como realmente somos começa aparecer”. Não é incomum ouvirmos frases: “você não é mais o mesmo!”; “mudou muito, quando eu te conheci você era diferente”, e por ai vai. A aparente decepção denuncia uma necessidade de preenchimento de um certo vazio, algo sem explicação e que incomoda a pessoa fazendo com que ela sinta que somente o outro poderá aliviá-la deste sentimento, inexplicável e, aparentemente, sem sentido.

A que se entender um fundamento básico para que se possa estabelecer uma relação: a compreensão. Digo isso não apenas voltado a uma idéia piegas de compreensão em que aceita-se tudo que o outro faz de errado como se ele fosse incapaz, mesmo, de acertar. Não. Não é desta maneira que funciona. Compreender é um ato, antes de tudo, pessoal, interno. É chegar ao limite do conhecimento próprio através do questionamento sincero e profundo. Compreender o outro é, antes de tudo, compreender a si mesmo. Quais as razões que me levam a ficar com uma pessoa que causa em mim toda uma série de questionamentos e irritações? E, por outro lado, o que a vida quer ensinar quando encontro-me com um ser que nada acrescenta, nada questiona, tudo está bem acomodado e o movimento é considerado desnecessário? Qual é o ensinamento máximo que a vida quer me transmitir naquele momento? É preciso avaliar o contexto da relação e compará-la com situações similares e/ou distantes que possam existir na vida de cada um.

Se, sinceramente, olharmos com carinho para nossas relações vamos perceber o quanto evoluímos ou estagnamos em nossas vidas. Nossas amizades podem ser um sinal significativo do que conquistamos e, mesmo por que, amigo, normalmente tende a ser de um grupo seleto, restrito a duas, três ou quatro pessoas. Muitos daqueles que, as vezes, denominamos amigos podem, tranqüilamente, ser chamados de colegas. Como fazer esta distinção? Essa pode ser uma pergunta. Ora, com colegas fala-se de tudo e nada ao mesmo tempo. Tudo é muito superficial, sem envolvimento, só para o momento. Não há envolvimento emocional, não há durabilidade, consistência. É possível haver bons colegas, aqueles que beiram a amizade mas, que de alguma maneira ainda falta um algo mais, diria falta a cumplicidade. Já amigo, em duas ou três palavras pode adentrar profundamente em nossa alma, que muitas vezes somente sua presença já é suficiente para sentir-se bem. Amigo não busca a compreensão, pois é de sua natureza aceitar, apoiar e se, o outro quiser compartilhar sinceramente está tudo certo.

Relacionamentos saudáveis são possíveis quando as pessoas envolvidas estão conscientes de sua plenitude no universo e da importância da sua própria vida. É possível que existam amizades verdadeiras e que não tenham sido pensadas como descrevemos acima? Sim, claro. É possível, inclusive, que a maioria das amizades não sejam dominadas pela compreensão absoluta do termo. O importante é a confiança que se estabelece, não no outro, mas em si próprio, pois o outro pode não atender às minhas expectativas e nesta situação poderemos ter a frustração nascendo.

No amor entre casais as condições podem ser as mesmas. Os enredos e históricos anteriores podem influenciar, diretamente, nossas vidas. Se, não estamos cônscios das nossas condições atuais, podemos nos unir a pessoas que irão satisfazer nossos egos e nestas condições permaneceremos indefinidamente, até que o vazio tome conta de uma das partes e esta se mobilize para findar o relacionamento. Quando o vazio surge, ou seja, quando a pessoa não é mais aquela que “compramos”, a história começa a complicar. Passamos a agir segundo nosso histórico paternal e maternal. O que pesa nestas situações é a criação que tivemos da idade pré-natal aos oito anos de idade, quando a formação da personalidade já está em seu apogeu.

Há soluções para estas situações? Sim. É necessário olhar e querer aprender com cada novo dia. Aventurar-se pelo desconhecido da sua alma, pode ser uma atividade carreada de dor, mas também de muito esclarecimento. A verdade é uma só: há o momento certo para que isto aconteça. É preciso dar tempo ao tempo.
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