Não chores olhando meu caixão.
Nele está muito pouco de mim.
Está somente o que o Tempo quer.
Para quando a saudade vier.
No meu caixão está quase nada
O coração deixa de ser após a parada
Os olhos enxergaram a última estrada
Onde a morte faz morada
Meu corpo, somente torpor
Sem movimento, sem sentimento
Sem pensamento, frio
Inércia sem alma, sem vida
Ao fim da vida, restam meus poemas
Pois neles moram minha alma
Filhos pródigos, onde a morte é inábil
Onde habita serenamente meu ser
Ulterior ao corpo morrer.
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