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Contos-->A MORTE DO MENINO TRAFICANTE -- 26/12/2001 - 20:56 (Euripedes SIlva) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A MORTE DO MENINO TRAFICANTE
Gyn, 21DEZ01

São vinte e três horas e quarenta minutos. O delegado Marcus Travejane esta dormin-do a algum tempo. Tem o habito de deitar-se logo depois da novela das oito e cair no ronco, como costuma dizer sua esposa Marta Helena Travejane. O telefone celular colocado em cima de um criado mudo ao lado da cama toca a primeira vez, em som baixo, vem o segundo e o terceiro toque mais alto e ele atende.
- Marcus....
- Alo, e o Dr. Marcus?
- Sim, pois não.
- Dr., é o Armindo do plantão da homicídios. Aconteceu uma ocorrência de homicí-dio no bairro Santo Hilário. A policia militar já se encontra no local fazendo o isolamento.
- Já comunicou com a policia téc-nica?
- Já falei com eles. Disseram que vai demorar um pouco, pois somente existem duas equipes trabalhando hoje a noite.Uma delas foi pa-ra Trindade para atender uma ocorrência de arrom-bamento com flagrante. A outra esta fazendo um le-vantamento sobre acidente de transito com viatura oficial no centro de Goiânia.
- Chame o Joca,do plantão de mi-nha equipe.
- Joca falando, Dr. Marcus.
- Boa noite. Você passa no 2o DP de Vila Brasília. Estarei lá esperando. Vou dei-xar minha moto no estacionamento do distrito e dali iremos juntos parta o local da ocorrência. Confira se a lanterna está funcionando. Caso não esteja, pegue na primeira gaveta da escrivaninha uma outra pequena que guardei lá. Avise ao plan-tão do IML
O delegado Marcus Travejane,sen-ta-se na cama e olha para o relógio despertador conferindo as horas. Passa poucos minutos da meia noite. Uma vez por semana ele esta de plantão e em quase todos eles tem ocorrido homicídios vio-lentos. Hoje é uma Sexta feira e na noite deste dia, normalmente tem mais de duas ocorrências. Du-rante o dia já tinha atendido um caso no Bar da associação dos Cabos e soldados, quando um cabo assassinou com três tiros de 357 um soldado. O mo-tivo apurado era de questões banais. Eles tinham rixa antiga envolvendo questões de serviço e re-solveram a parada naquela manhã, quando ambos es-tavam “enchendo a cara” no bar da associação. Os dois eram reformados por doença mental adqui-rida no exercício da função policial. Ambos anda-vam sempre armados a pretexto de defender-se de antigos inimigos quando exerciam a atividade poli-cial. Os demais colegas hoje no batente, não os incomodavam por porte de arma.
O som abafado da televisão vinha da sala de TV do delegado plantonista, mostrando que alguma pessoa da família estaria assistindo a programação noturna. Levantou-se, vestindo a rou-pa de trabalho e mais um blusão de couro. Calçou um par de botas Quebec e apanhou o par de luvas de couro de alpaca.Pegou na gaveta do criado a ar-ma semi automática marca Taurus calibre sete meia cinco de dezesseis tiros e conferiu se estava com pente completo, bala na agulha e com a trava acio-nada. Estava “em ponto de bala”,como costumava di-zer. Colocou-a no coldre de braço ajustando-a com a roupa. Apanhou as chaves da motocicleta e des-ceu as escadas para a parte inferior da casa. Do-na Marta Travejane e uma filha estavam vendo um filme policial de origem americana, mostrando os problemas da cidade de Nova Iorque.A esposa olhou para o marido e disse para ter cuidado, pois esta-va muito assustada com o enredo do filme que as-sistia na TV. Perguntou se não Podia ir junto com ele. Disse que não devia, pois não sabia quando iria desocupar.Uma ocorrência de homicídio é algo complicado,pois não se pode dizer de antemão quan-to tempo vai levar para desvendar o problema.
O investigador sai na ampla gara-gem e olha para um lado, vê a camioneta chevrolet tipo S-10, com tração nas quatro rodas, sua pai-xão para visitar fazendas de amigos da região em ocasiões de chuva. O veiculo esta afiado para es-ta finalidade, no próximo Domingo irá participar de um raly de regularidade fazendo um percurso de mais ou menos oitenta quilômetros, indo da capi-tal para os lados de Anápolis. Não é período de chuva mas a trilha passa por regiões de alagados e por morros com muito cascalho e areia. Na chega-da os organizadores ajeitaram o caminho, passando pá mecânica e molhando a buraqueira com caminhão pipa. Ao lado esta a motocicleta de alta cilindra-da usada para os seus deslocamentos urbanos.Abre o portão com cuidado,olhando para o lance da rua, para cima e para baixo.Na parte inferior distan-te mais ou menos uns cinqüenta metros tem movi-mento de jovens em um bailinho familiar. O som de roque moderno embala a turma.
Na calçada tem mais ou menos umas dez pessoas,todas conhecidas dali da rua mes-mo. Deixa o portão aberto e volta para a motoci-cleta,uma possante Kavasaki de mil e cem cilindra-das está ali,pedindo para ser “cavalgada”.Ele não se faz de rogado: como num ritual de cavaleiro,dá uma volta sobre o veiculo,admirando o seu porte e conferindo o seu visual.A cor verde e branco bri-lha tratada com cera caprichada a cada semana e combina com os desenhos do capacete em verde e azul, tendo este como fundo uma águia estilizada. O painel dela atras da bolha, parece estar piscan-do convidativamente para ele, azendo trejeitos pa-ra um rolé .Pára a seu lado e passa a perna em cima dela descansando o corpo em seu banco anatô-mico. O movimento seguinte e mecânico, leva a mão em sua chave como se fosse fazer uma carícia eró-tica girando-a.O painel eletrônico se ilumina mos-trando os dados sobre a vida da maquina: Pressão do óleo em zero,voltagem em 12 volts, giros em ze-ro, temperatura fria, marcador de gasolina a meio tanque,o odômetro parcial em oitenta quilômetros, quilometragem rodada 48.234 KM, hora local 00: 22 hs, ele aciona o botão da ignição. O motor respon-de como um relógio suíço e o ronco dela é como se fosse música para os ouvidos do dele.
O “coração” dela pulsa como se vida tivesse. Todos os comandos do painel se estabili-zam mostrando a regularidade do funcionamento. Os quatro cilindros em linha alimentados por quatro carburadores descarregam os gases produzidos em uma única ponteira cromada do escapamento esporti-vo com “ronco patenteado” pelo fabricante daquele equipamento opcional. pesar do adiantado da hora, ele sai com maquina para a rua em marcha lenta e acelera com força, uma , duas , três vezes.
O ponteiro de giros, pula como um raio para dez mil giros e volta rapidamente. A ga-lera de jovens que se encontra logo em baixo pa-ram o seu alarido e voltam suas atenções para o lado de onde vem o concerto mecânico. Mesmo quem não é apaixonado por motocicletas não consegue ficar indiferente diante do “ronronar ou balido” de uma Kava. O delegado sabe que dez em nove jove-ns de sua rua sonham em poder um dia dar pelo me-nos uma voltinha naquele avião.A vizinhança já se acostumou com aquele ritual semanal.
Dona Marta, sai na porta da sala para a garagem, gesticulando para o marido, recla-mando que não deve fazer barulho,para não acordar a netinha Giovana que esta dormindo no quarto de visitas. A maquina já esta engrenada e ele sai pu-xando o acelerador e mantendo-o por quase um minu-to, com o giro lá no alto.A rua para cima esta de-serta e com distancia de mais de cem metros para a esquina. Somente no cruzamento é que dará uma folga no acelerador e colocará a Segunda marcha.O velocímetro acusa 110 Km/h.Ela ainda ouve o segun-do pique do acelerador, quando o marido dobra o quarteirão em direção do bairro de Vila Brasília onde fica o distrito policial.
Minutos depois está na porta do 2o DP. Na sala de espera daquela central de fla-grante existem varias pessoas esperando atendimen-to.Alguns policiais que trabalham ali,estão do la-do de fora conversando e acenam para o delegado. Ele já é bastante conhecido, pois toda vez em que há ocorrências de homicídios naquela região cos-tuma deixar a moto ali. Apeia e conversa com algu-ns deles sobre assuntos policiais.Daí a pouco che-ga a viatura da delegacia de homicídios. Joca pa-ra e abre a porta do passageiro recebendo o chefe para a missão daquela noite.
- Dr. Marcus, o COPON ao passar a ocorrência, disse que trata-se da morte de um menino de doze anos,tido como o terror da região. Este apesar da pouca idade, tem muitas passagens pela Delegacia de Tóxicos e menores.O nome do mor-to é “TIRIRICA”. Há informações de ser traficante e arrombador de residências.Não se tem conhecimen-to de quem o teria atingido com os tiros fatais, sabendo-se que o crime foi praticado por outros marginais usando duas mobiletes.
- Ultimamente tem havido mui-tas ocorrências nesta região tendo como suspeitos condutores de mobiletes. A legislação de transi-to é falha com relação a este tipo de veiculo e os marginais tem aproveitado da situação,pois não precisam usar placas ou habilitação para conduzir estes pequenos veículos.
- Parece mais uma bicicleta motorizada. Aquela ocorrência de suicídio que afi-nal era um homicídio,o assassino estava usando um veiculo destes.
Os dois ficaram em silencio cada um, matutando sobre o crime que iriam ver. Atravessaram a cidade que parecia estar mortas pa-ra aqueles lados naquele inicio de madrugada. O rio Meia Ponte corria moroso levando a podridão da cidade,pois recebia toda a carga de esgoto não tratado da capital. O odor característico naquela hora da noite,sem vento,estava parado em toda sua margem como um choro da natureza pedindo socorro para sua lenta agonia. A rua indicada pelo COPON seria a Segunda logo depois de atravessar a ponte indo em direção do 14o Distrito Policial.Viraram nesta rua larga asfaltada e bem iluminada.
Andaram nela mais ou menos uns dez minutos avistando o luminoso da viatura da PM ligado a um lado da rua. Sempre que a poli-cia militar estava fazendo isolamento de algum local de crime, deixava o giroflex acionado, pa-ra que fosse visto de longe pelas equipes da dele-gacia de homicídio, da policia técnica e do Insti-tuto Médico Legal. Aproximaram do local do crime:
- Boa noite, argento. Como tem passado? O que temos aqui?
- Boa noite, Dr. Marcus, ali na calçada esta o menino “Tiririca” muito conhe-cido nesta região, pois esta sempre envolvido em alguma falcatrua. Ele repassa drogas para grande parte dos marginais deste pedaço. O encontramos morto na calçada.
-Conseguiram levantar algum da-do do possível atirador?
- Não.Aquelas duas mulheres que estão sentadas no meio fio disseram que vinham an-dando pelo meio da rua,quando duas mobiletes para-ram na frente deles, com duas pessoas em cada uma. Uma das pessoas que estava na garupa disse apenas ei e quando eles olharam ouviram o tiro. O Tiririca caiu e eles fugiram em direção da cidade.
- Elas falaram se conhecem algu-ns dos agressores?
- Não. Parece que nada sabem so-bre eles.
- Vocês encontraram alguma coi-sa relacionada com o crime, como projeteis, man-chas de sangue ou outra coisa qualquer?
- Não.
O delegado se dirige para onde se encontra o corpo caído. Abaixa-se para melhor examinar o local do ferimento e vê muito sangue pelo seu rosto. O ferimento parece que aconteceu abaixo do ouvido pegando a articulação da mandíbu-la. As duas mulheres estão sentadas ao lado dele. Nao têm cara de choro.
- Como se chamam?
- Meu nome é VIVIANE.tenho de-zesseis anos sou amiga do Tiririca a muito tempo. Não tenho passagens pela policia.
- O meu é Carlinda, tenho vin-te e dois anos,trabalho como doméstica estávamos vindo de um baile lá perto do convento quando aconteceu isto com ele.
- Como foi que aconteceu?
- Vínhamos os três bem no cen-tro da rua, pois a gente não gosta de andar perto da calçada nesta hora da noite,quando apareceu du-as mobiletes,cada uma com duas pessoas e parou na nossa frente.Um dos garupas, chamou e quando o Ti-ririca olhou um deles deu um tiro no seu rosto. Depois saíram correndo e rindo da gente. Eu e Vi-viane saímos correndo para aquele lado. Ela apon-tou para um lote baldio.
- Eram pessoas conhecidas, ou inimigas de vocês?
- Não. Nunca tínhamos visto ne-nhum deles por aqui.
O delegado e seu agente Joca, caminham para o lado do sargento e começam a con-fabular sobre o crime. O sargento trabalha a mais de ano na região e confirma que existe muitos de-litos de roubo atribuídos a assaltantes usando mo-biletes. Inclusive estão investigando para locali-zar estes marginais para que expliquem uma por-ção de ocorrências.
- Vocês já olharam o local onde elas disseram que foi dado o tiro, para ver os vestígios?
- Já, mas não encontramos nada.
- Viviane. Carlinda, venham cá. Onde foram abordados pelos marginais que mataram o seu amigo?
- Bem ali, ó. Ela aponta para o centro da via, a mais ou menos uns dez metros.
- Nos pegamos o Tiririca e a Vi-viane sentou-se no chão para ele deitar no colo dela enquanto eu tentava ver se encontrava um car-ro para leva-lo para o hospital de Urgências.
-Mostre-me o local exato onde vo-cês ficaram sentadas.
- Apenas a Viviane ficou sentada.
- Está bem, onde?
Elas mostraram um lugar bem no meio da rua. Marcus pegou a lanterna e começou a procurar alguma marca de sangue. Andou para um la-do e para outro e nada encontrou. Os policiais mi-litares também procuram, mas nada.
Ao longe viram o giroflex da via-tura da policia técnica que vinha para examinar o local do crime.Minutos depois eles chegaram e se inteiraram dos fatos contados pelas duas mulheres.
Fizeram as fotografias de praxe. O Dr. Geraldo An-tunes, era um perito antigo e já tinha afeito mui-tos trabalhos com o delegado. Gostava de trocar idéias sobre os crimes. Após conversar um pouco, resolveu usar o possante farol de mão da viatura da perícia para vasculhar o local indicado pelas mulheres como sendo onde tinha acontecido o tiro. Também nada tinha encontrado. A quantidade de san-gue existente no corpo do menor era incompatível com a falta de manchas no asfalto ou nas veste de-las. As duas mulheres estava impacientes para ir embora. Já tinham pedido duas vezes. Precisavam avisar a mãe do morto e aos amigos a fim de provi-dencia o velório.O perito ultimava as medições do local, anotando para a rua doze metros de largura e mais dois metros e meio para a calçada. Não apa-recia ninguém das vizinhanças para falar alguma coisa.
Passou um carro com alguns rapa-zes olhando para o lado das viaturas, mas não pa-rou, provavelmente temiam ser chamados para teste-munhar alguma coisa. Ninguém gosta de enrolar nes-tes assuntos.O delegado vendo que as mulheres não iriam dizer nada mais sobre o crime resolveu que elas poderiam ir embora, pois já tinha anotado os seus endereços e posteriormente as chamaria para um depoimento formal na delegacia. Afinal era jus-to que elas fossem avisar a mãe do morto. O solda-do Belizario que acompanhava o sargento,resolveu recostar-se no banco da RP, enquanto aguardava a viatura do IML.O carro estava embaixo de uma enor-me arvore de manguba e quando o policial encostou no banco e olhou para cima viu um lençol jogado nela.
- Delegado,olha o que tem em ci-ma desta arvore.
Dr.Marcus veio juntamente com os outros policiais e viram de fato alguma coisa branca no local indicado.Ele não teve dúvidas,gri-tou pelas duas mulheres que já estavam a mais de cinqüenta metros do local.Elas pararam e vendo os acenos voltaram para a cena do crime. O perito foi chamado e falaram com ele sobre o pano em ci-ma da arvore. Ele focou a sua maquina e registrou em uma fotografia e disse que poderiam descer o pano. Joca já estava com uma vara e puxou o len-çol. Ele caiu e viram que se tratava de um cober-tor tipo adredom na cor branca e que estava im-pregnado de sangue. Estas manchas eram recentes, pois ainda estavam coaguladas e pareciam compatí-veis com o mesmo estado físico daquele sangue en-contrado nas veste do morto. As duas mulheres fo-ram novamente interrogadas mas continuaram com a mesma versão anterior. Nada sabiam sobre aquela peça de roupa. O delegado resolveu que deveriam ser algemadas e presas.Talvez com esta pressão fí-sico/psicológico elas resolvessem contar o caso. Elas foram colocadas no banco de trás da viatura da homicídios.
Novamente todos que estavam naque-la ocorrência confabularam. Não haviam vestígios onde elas disseram ter ocorrido o crime. Ano ha-via manchas na roupa daquela que afirmava ter fi-cado com o moribundo no colo. Aquele lençol era suspeitíssimo. Elas estavam mentindo nalguma coi-sa, talvez para proteger alguém.Terminado o levan-tamento, todos foram cuidar de seus afazeres. O delegado iria dar seqüência no caso para tentar desvendar aquele crime. No caminho para a delega-cia, as duas presas foram perguntadas sobre todos os ângulos da ocorrência mas nada disseram, além daquela versão já contada.
Na delegacia, foram colocadas em celas diferentes. Marcus mandou que fosse trazido á sua presença Carlinda e começou a falar com ela sobre o assunto, dizendo para que contasse o que tinha acontecido, pois elas estavam "encalacra-das" com aquele crime. A mulher estava firme nas correias. Falava pouco e respondia perguntas com frase curtas. Depois de quarenta minutos de inter-rogatório, foi possível saber que ela tinha sido menina de rua, tinha algumas passagens pela dele-gacia de menores por arruaças,era viciada em maco-nha e que morava perto de onde tinha acontecido o crime.
Negou que soubesse alguma coisa sobre os rapazes das mobiletes ou que o Tiririca tivesse algum inimigo a fim de apagá-lo.Nada sa-bia sobre o trafico de drogas exercido por ele. O delegado mandou chamar a outra mulher maior de idade. Foi logo lhe dizendo que a menor tinha con-tado saber quem era o assassino e que ele era ami-go de Carlinda. Esta negou e pareceu ser uma pes-soa acostumada a conversas com policiais pois não se abalava com nenhuma ameaça á sua liberdade.
Falou que sabia de seus direitos ga-rantidos pela constituição e que conhecia a Dra. Beatriz Vidigal Linhares, “ do juizado de direi-tos humanos”. Ela tinha falado com ela duas vezes quando fora presa na delegacia de menores.De fato esta advogada era uma pedra no sapato de polici-ais torturadores. O delegado ano a temia,pois não usava deste método que abominava. Ela nunca tinha falado com ele.
Meia hora depois, o delegado já estava meio desanimado com a conversa com aquela suspeita. Ela parecia muito segura do que falava. Era escolada em interrogatórios. Mandou que ela fosse conduzida para a cela. Antes porem,disse pa-ra a presa, que iria apenas se certificar sobre o numero do artigo do código penal e autuá-la em flagrante por participação naquele crime e iria agravar a sua situação por estar envolvida com uma menor.Ela se levantou e foi na direção da por-ta o agente de policia JOCA chamou-a de volta quando ela já saia no corredor.
- Porque as suas costas tem esta mancha de sangue. Você ajudou a carregar aquele morto. Você participou do crime e esta querendo enrolar a gente, sua vagabunda.
Ele apontava para as costas da mu-lher, mostrando um risco escuro na blusa cavada e branca na altura de seu ombro. O delegado também viu a marca nas costas da mulher e levantou-se sa-indo de trás da escrivaninha e indo na direção de-la. Os dois policiais olhavam para ela como se a estivessem fuzilando.
- Joca, pode providenciar uma ou-tra blusa qualquer para esta mulher,pois esta daí nos vamos tirá-la agora para mandar para exame pericial, comparando este sangue com o sangue da vitima.Pegue no depósito aquela camiseta que reti-ramos da cela outro dia. E voltando-se para a pre-sa:
- Você se ferrou. A mentira tem perna curta.
A mulher olhou de soslaio na dire-ção de onde mostravam em suas costas e parou o seu passo. Voltou a cabeça querendo olhar os seus ombros. Viu o risco de sangue. Olhou para o dele-gado que estava a menos de vinte centímetros dela examinando bem de perto o sinal.Os olhos deles se cruzaram e a autoridade percebeu que aquele mono-lítico tinha uma brecha, por onde tinha possibili-dade de entrar desvendando o mistério. Ela pediu para se sentar novamente. Pareceu que suas pernas fraquejaram tal a emoção que a atingiu. O delega-do a empurrou para a cadeira de forma ameaçadora. Ela estava vestida com uma camiseta branca, e ca-vada. Ele pegou-a fortemente pelo braço, recolo-cou os óculos para perto e olhou novamente bem de perto nas costas da moça.
- Sua piranha... vadia... você es-tá toda suja de sangue daquele menino e querendo se passar por santinha? Dá vontade de perder a calma e partir para a ignorância contigo.
- ...Se eu falar eles me matam....
- Se você não falar tudinho agori-nha mesmo, nós é que vamos te matar. Nos fazendo de palhaço, desde meia noite.Olha que o dia já es-tá amanhecendo e você com estas mentiraiadas.
- ... Eu não posso falar. O LAMBU é muito perigoso..
- Há ... então quem matou o Tiri-rica foi o LAMBU? Quem mais estava na jogada? Vo-cê disse ...”eles me matam”... logo existe mais de um assassino nesta historia
- Eu não disse este nome....
- ... E melhor contar logo de uma vez...Do contrário, vamos acabar autuando você em flagrante como autora do crime.. Se não.....
A mulher se contorcia na cadeira, desviando o olhar que até então mantinha altivo, fixo nos olhos de quem a interrogava, como se fos-se ela a dirigir a conversa. Começou a falar:
- ... Bem ... eu e Viviane está-vamos na porta de minha casa ontem por volta de nove horas da noite, quando passou o LAMBU e o Jú-nior, dois amigos nossos.Então pedi a eles que pa-gassem um X-tudo para nós.O LAMBU alegou que não tinha dinheiro, mas que se nos quiséssemos ir na casa dele poderíamos fazer comida lá. Estava ro-lando um lance entre ele e a minha amiga. Nós aceitamos e fomos para a casa dele.Ele esta moran-do em um barracão, onde morava com a avó que mor-reu... Lá também mora um irmão dele, mas este tra-balha durante a noite ....
- Onde o Tiririca entra na histó-ria?
- Quando estava terminando a con-versa, ele apareceu e disse que iria junto com a gente e de fato foi.
- Como aconteceu o tiro? Impacien-tou-se o delegado
-Chegamos na casa que fica nos fun-do de outra residência, e o LAMBU foi com a Vivia-ne para dentro do banheiro, e ficaram por lá um tempão. Eu fui para a cozinha para fazer a comi-da. O Júnior foi para o quarto e voltou para a sala. Da cozinha eu ouvia ele discutindo com o Ti-ririca sobre uma arma.
A mulher parecia estar tirando um peso da consciência e fez uma pausa, talvez para alinhar as idéias.O agente com medo de que ele es-tivesse querendo inventar uma nova historia para encobrir alguma coisa, emendou a conversa.
- E daí como foi o tiro?
- Aí eu ouvi o tiro. O barracão on-de estávamos tinha apenas quatro cômodos, sendo a cozinha, a sala, o banheiro e o quarto.Quando saí na sala vi o Tiririca caído e sangrando.
- E o LAMBU, não apareceu? Perguntou o delegado.
- Sim ele saiu do banheiro, ajeitando o calção e a Viviane enrolada em uma toalha. Todos nos fomos para o lado do garoto que agonizava. O tiro parece que foi certeiro.
- O Júnior não falou nada?
- Ele estava apavorada e dizendo que não queria matar ninguém, estava apenas segurando a arma. Não quis disparar o tiro.
- O que aconteceu depois?
- O Tiririca, morreu em minutos. Peguei no pulso dele e vi que não tinha mais vida.
- O que aconteceu em seguida?
- Combinamos que não poderíamos deixar o menino ali. O LAMBU tinha saído da cadeia de Senador Canedo, naquela semana por causa de um furto de residência. Se fosse preso novamente provavelmente não sairia tão cedo. O Júnior estava sendo procurado pelos agentes do 14o DP,. Por causa de brigas, arruaças e suspeita de arrombamentos. Combinamos que o LAMBU por ser mais forte fisicamente levaria o Tiririca nos braços, até a mata próxima e o abandonaria lá. Se alguém perguntasse diria que ele estava passando mal e iria levar até no posto policial para dali ser levado para o Hospital de Urgências. Eu, Viviane e Júnior ficaríamos limpando a casa.
O LAMBU saiu com o Tiririca, mas quando andou um pouco viu que o Pit Dog da rua estava aberto e com alguma pessoas nele. Era gente conhecida e iria querer olhar o rosto dele. Ai ele deitou-o na calçada ali perto onde o encontraram e veio falar com a gente sobre a dificuldade encontrada. Resolvemos que os dois acabariam de limpar a casa, e eu e Viviane, iríamos para onde o Tiririca estava chamaríamos a policia e contaríamos a historia das mobiletes que os senhores já conhecem. A idéia foi dada pelo LAMBU e aperfeiçoada por nos.
- A que horas aconteceu a morte?
- Devia ser umas dez horas mais ou menos.
- De quem é a arma usada?
- Acho que é do Júnior.
- Quem é o Júnior?
- Não sei, só conheço ele por este nome. Também não sei o nome do LAMBU. Talvez a Viviane que era enrolada dele saiba.
- Quantos tiros foram disparados?
- Havia alguma pessoa na casa da frente?
- A casa esta para ser alugada. Lá não mora ninguém.
- Para onde foram o Júnior e LAMBU?
- Não sei, eles não disseram se iriam para algum lugar.
- Algum deles tem outras passagens pela policia?
- O LAMBU foi autuado em flagrante por arrombamento em Senador Canedo. O Júnior, sei que já passou pela delegacia de menores, mas não sei qual o nome que ele usava na ocasião. Sempre o conheci por este apelido.
- Algum de vocês é viciado em drogas? Maconha? Merla? Cocaína?
- Todos nós usamos maconha. Não transamos outras drogas. Fazemos uso moderado. Um cigarro era suficiente para nos cinco. A gente não precisava comprar, pois o Tiririca vendia e tirava uma parte do que entregava para seus clientes, e a gente usava.
- O LAMBU sabia que Viviane é menor de idade?
O agente Joca ouvindo a pergunta feita pelo chefe, percebeu o alcance dela. O delegado não perdoava um criminoso quando este praticava algum delito na presença de menores. Sempre ele procurava indiciar o culpado, tambem por corrupção de menores. Ele estava preparando o “ pescoço” de Lambu para ceifar mais tarde.
- Sempre soube e até contava isto como vantagem. Ele transa com ela, desde quando ela tinha treze anos.
O delegado olhou inquisitivamente para o seu auxiliar, e como este nada disse, mandou que fosse levado a mulher e trazido a menor para interrogatório. Ano deveria deixar as duas trocarem uma única palavra. Isto ano seria difícil pois elas estavam em celas separadas. Entretanto ano pode evitar que Carlinda ao passar pela cela de sua amiga, resmungasse dizendo para a outra que ano havia agüentado a pressão. O agente mandou que ela ficasse calada. A outra presa foi trazida á presença do delegado.
- Como é o seu nome todo, com data de nascimento?
- Viviane Mariano da Silva, nascida em 19 de março de 1.985. Estou com dezesseis anos de idade.
- Você mora com sua família?
- Minha família é Carlinda. Sempre vivi nas ruas.
- LAMBU sabe que você é menor de idade?
- Sabe. A gente se conheceu quando eu tinha treze anos. De lá para cá a gente sempre transou. Tivemos um filho quando eu tinha quatorze anos, mas o entregamos para um orfanato e acho que foi adotado por alguém que ano conhecemos.
- Vocês eram amigas do Tiririca?
- Sim ele era nosso amigo. Estamos muito sentidos com o que fizeram com ele. A policia precisa investigar para saber quem o matou. Ele ano tinha feito nada com aquele caras. Acho que nem havia lance de drogas no meio.
- É melhor você abrir logo o jogo sobre o assunto, que a sua amiga já contou tudo. Sabemos que esta historia de mobilete ano existe. A casa caiu.
- Eu ano sei de nada do que o senhor está falando.
- Talvez seja necessário refrescar sua memória, na forma que você bem conhece lá da delegacia de menores. Entretanto, vamos conversar antes. Carlinda falou sobre uma arma que disparou. Talvez ano tenha havido crime premeditado, mas sim um acidente fácil de ser explicado. Quero que você fale sobre o LAMBU seu namorado.
- Ela ano podia Ter falado nada. Nos prometemos para eles que ano falaríamos outra coisa senão o que combinamos.
- Apesar de você ser menor, ano se esqueça de que o Estatuto da Criança e do Adolescente e bem mais severo do que você imagina. Como esta provado que vocês duas participaram do crime, é só fazer um relatório bem feito, juntar com os laudos e mandar para o ministério público da infância e da juventude, que você deve pegar apreensão máxima de três anos nalgum quartel da capital.
O delegado olhou para o seu agente de policia, e mandou que ele entrasse no sistema de computação e retirasse a ficha policial da menor, junto da delegacia da infância e da juventude. O agente estendeu o papel para o seu chefe, mostrando que já o tinha feito.
- Você tem uma porção de passagens pela policia. Se colaborar podemos até maneirar a sua situação, mas do contrário, pode se considerar, já apreendida e encaminhada para o quartel.
- Bem a gente estava na casa do LAMBU para transar e comer alguma coisa. Eu estava transando com ele no banheiro, e dai a pouco seria a vez do Júnior ficar com Carlinda...
- O garoto que morreu estaria sobrando nesta?
- Ele sabia do lance entre nos quatro e quando saia com a gente, o máximo que fazia era se masturbar. Nunca se engraçou conosco.
- Acho que você esta mentindo. Houve uma briga por causa de sexo e o Tiririca levou a pior..
- Ano ,isto ano ... Eu estava no banheiro, mas ouvia a folia que os dois estavam fazendo no quarto e depois na sala. Ouvi quando o barulho do rito e saí correndo do banheiro, enrolada em uma toalha de banho, pois estava nua. Vi o Tiririca caído e se debatendo. Ele morreu como se fosse um frango com o pescoço torcido...
- O Júnior correu?
- Não ele estava com a arma na mão e dizendo que tinha sido um acidente, pois não queria matar o seu amigo. Eu disse que precisa levar ele para o hospital, mas o LAMBU informou que ele já tinha morrido.
- O Júnior já tinha discutido com o Tiririca alguma ocasião?
- Não. Eles eram muito amigos. Não havia motivos para brigar, mesmo porque os lances que aconteciam entre eles era apenas de fumar maconha.
- Você é viciada em maconha?
- Sim, desde os dez anos de idade. Todos nos fumava... O Tiririca e quem nos dava, de parte da que ele vendia para os outros.
- Como é o nome do LAMBU?
- Uma vez quando fomos presos na menores, eu vi os policiais chamando ele de Wesley. Não sei o sobrenome dele.
- E o Júnior?
- Não sei. Sempre o conheci por este nome. Também não sei onde ele mora, ou quem são seus parentes.
- Como é o nome do Tiririca?
- Não sei. Mas sei onde ele mora e conheço a mãe dele. É a dona Domingas, gari da prefeitura de Goiânia.
- De quem é a arma usada no crime?
- Acho que era do Júnior.
- Vocês usaram esta arma em algum assalto?
- Não. Nos não fazíamos assaltos. Eu e Carlinda, apenas peidamos algum dinheiro para as pessoas, para fazer “programas”. O máximo que a gente faz e furtos.
- O LAMBU e o Júnior faziam assaltos com o revolver?
- Eles estavam sempre com algum dinheiro, e não trabalhavam. Como arranjavam não sei explicar. De vez enquanto um deles estava com uma arma. Acho que esta foi conseguida em um arrombamento feito pelo Júnior.
- O que foi feito da arma?
- O Júnior a levou com ele
O caso parecia solucionado do ponto de vista da autoria do crime. Precisa agora localizar os nomes completos dos rapazes, para que estes fossem encontrados e pudessem dar a versão do crime. As mulheres foram devolvidas para a cela. Os dois policiais começaram a trocar algumas impressões sobre o que deveria ser feito. Pegaram as duas presas e com elas foram para o local indicado por elas como sendo onde ocorreu o delito.
O barracão estava com a porta apenas encostada e examinaram o seu interior. Tudo estava muito limpo e arrumado. Não havia vestígios de nenhum dos dois parceiros das mulheres. O terreiro era de terra batida e havia sinais de água escorrida pelo chão, indicando que o piso tinha sido lavado na noite anterior. O delegado abaixou-se para examinar um dos três degraus da escada. Viu que apesar de ter sido lavado, não haviam esfregado a parte vertical e ali estava impregnado de sangue coagulado misturado com sujidade.
Como tinham vestígios no local do crime, a autoridade policial pegou o celular e ligou para a policia técnica, pedindo para falar com o Dr. GERALDO:
- Dr. Geraldo, aquele crime do garoto traficante, tem novos indícios e precisamos dos seus serviços. A historia contada por aquelas duas, realmente era mentirosa, e a versão real e outra. Preciso que o senhor examine o local onde realmente aconteceu o crime. Trata-se de um barracão pertinho de onde estivemos. A nossa viatura esta na porta. Estamos esperando-o.
- Já estou de saída para o local. Preciso acabar isto logo, pois o horário de passar o plantão e daqui a menos de uma hora.
O perito chegou e junto com os policiais entraram no barracão. O chão estava lavado. Em um canto do banheiro havia um cesto de roupa suja, e este foi revirado, encontrando dentro dele uma bermuda que a mulher reconheceu como sendo a que o LAMBU usava quando carregou o Tiririca par a rua. Na pia de lavar roupa, foi encontrado um tapete todo sujo de sangue, e verificado que era onde o garoto caiu quando levou o tiro. Todo o barracão foi vistoriado mas nenhum vestígio da arma foi encontrado. Nenhum documento dos suspeitos foi encontrado.
Quando o dia acabou de amanhecer, os policiais procuraram falar com vizinhos do barracão para saber sobre o movimento da noite. Ninguém soube dizer nada. Os quintais lindeiros do local do crime foram examinados a procura da arma, mas a operação foi infrutífera. Até os telhados foram examinados mas nada .
Já passava das oito horas da manhã de sábado quando o trabalho de exame do local terminou. As duas mulheres estavam algemadas e eram conduzidas pelo Joca, para serem colocadas no banco traseiro da viatura. Quando ele ajudava Carlinda, segurando sua cabeça para não bater na viatura, mandou que ela saísse novamente do carro. Com a luz natural, mais intensa, olhou fixamente para o risco de sangue na blusa dela:
- Doutor Marcus, parece que este risco não é sangue.
O delegado se aproxima , e coloca os seus óculos para ver de perto e examina. Passa a mão sobre a mancha e esta se dissolve com faci-lidade. Aquilo era apenas um risco de barro.
- É ,isto aí e apenas barro.
- Você andou em alguma motocicle-ta ou bicicleta ontem?
- Eu saí para dar uma voltinha , mais cedo na garupa da mobilete do Tiririca.
- Passaram em algum lugar onde ti-nha barro, ou alguém lavando calçada?
- Na rua de terra em frente a pa-aria tinha lama. Senti apenas uns respingos nas pernas.
- Olha Dr. Marcus, este sinal é mesmo compatível com a historia delas. Isto nunca foi sangue. Durante a noite, com menos luz eu confundi.
- Santa confusão que fez estas piranhas confessarem o crime.
As mulheres foram levadas para a delegacia, onde foram fotografadas e liberadas em seguida.
Muitas investigações teriam de ser feitas sobre os dois suspeitos. A qualificação de LAMBU foi encontrada na delegacia de policia de Senador Canedo , mas de Júnior não foi possível levantar nada de concreto. Os dois marginais sumi-ram “ do mapa” . Foi pedido a prisão temporária de LAMBU, e quando este foi encontrado e finalmen-te preso , negou que soubesse o paradeiro ou o nome de seu parceiro. Alegou que estava no banhe-iro com a na- morada no momento do crime e nada podia ajudar. Depois de estar preso por vinte di-as, e sendo ad-vertido de que sua prisão poderia ser transforma-da em prisão-preventiva, com dura-ção indetermina-da resolveu colaborar, levando os policiais até a casa de uma irmã de Júnior. Este foi finalmente identificado.
Antes de completar trinta dias da prisão de LAMBU, Júnior se apresentou acompanha-do de advogado e contou a historia conhecida do crime. Disse que havia vendido a arma para um ca-minhoneiro desconhecido em um posto de gasolina da BR 153, para arrumar dinheiro para a fuga. O depoimento era inconsistente neste ponto, mas não foi possível provar o contrário. Finalmente esta-va esclarecido a morte do menino traficante.

Dior D´Ávilla e Silva


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