Baratona, minha amiga, residente nas cercanias de Tupinambica das Linhas, no domingo passado, na praça, mostrava-se irada ao extremo. Tinham-na chamado de cretina, justamente quando se encontrava com uma colega nova, a quem pedia voto.
A autora, da façanha ofensiva, era a Pivete Cemgalhos, maraforna recém chegada de Holloko, na Hungria, onde participara dum congresso mundial sobre ciganos.
As duas estavam a ponto de se atracarem, quando surgi na cena, pra botar um “deixa disso” entre elas, as litigantes. Depois que os ânimos se acalmaram, e o pessoal da torcida, desejoso mesmo de ver o circo incendiar-se, sair do local, pude ouvi-la atentamente e ela assim falou:
- Sabe Zocca, cheguei agora da editora e lá afirmaram ser meu texto final excelente, devendo eu publica-lo. Você não quer ler? Ela não mencionou a briga recente, nem quis discorrer sobre suas causas. Respeitei sua decisão. Afinal quem seria eu, naquele momento, para julga-la não é mesmo?
O texto era assim: “A mesa esta posta e tem tudo o que você gosta” Carlos (boca de cachorro), em 1972, mais ou menos, quando moleque, já gostava de ingressar nos banheiros públicos e privados, antes ocupados por outras pessoas, especialmente se fossem homens enormes e datadíssimos.
Uma certa ocasião, o boiola galinha, ao ver um empregado da casa, entrar na sentina pra urinar, pediu pra ver o pipi do cara.
O menino, já se preparava para segurar o cacetinho alheio, quando invadiu o banheiro, aquela sua irmã que falava grosso.
O moleque desenxabido, para disfarçar, disse à menina que o sujeito queria fazer “bobagem” com ele. A guria indignou-se e chamou a dona da casa.
A velhota paranóica, sem a dentadura, caída no dia anterior, (quebrando-se em alguns pedaços), julgava (sempre navegando nos antidepressivos), que pessoas entravam no seu quarto, donde furtavam seu dinheiro.
A velhinha encarquilhada, informada sobre o estupro, cometido pelo empregado, mandou que todos silenciassem sobre o assunto.
O galhardo gay, fazendo-se de vítima conseguiu inverter o negativo, rancoroso e condenador da opinião formada, a partir daquele momento, contra o empregado lesa-moça.
Seria bom dizer que esse pessoal todo vivia em Tupinambica das Linhas, o local do Brasil, conhecido mundialmente como o trecho do universo concentrador da maior quantidade de loucos, pederastas e prostitutas, por metro quadrado, jamais vista em toda história da humanidade. Era a cesta de lixo do mundo.
Quando terminei a leitura disse-lhe tratar-se dum tema bem atual: a pedofilia et cetera.e tal, mas faltava o conflito, ou seja: a pinimba entre o protagonista e o antagonista.
Ela segredou-me ser o assunto baseado numa ocorrência verdadeira. Havia até uma sobrinha sua, vítima desse tipo de problema. A imolada achava-se, agora, envolvida em tormentos de ordem emocional, sentindo-se, coitada, cozida na caldeira do diabo. Respondi-lhe ser preciso procurar por alguém conhecedor do assunto, merecedor de confiança, bastante profissional. Indiquei-lhe, tangido pelas melhores intenções, o IPA Instituto Paulista de Adolescência. A consulta não passava dos R$240,00 e faziam uso de medicamentos moderníssimos iguais ao Dormonid. Quem sabe lá o pessoal não lhe resolveria os problemas, não é mesmo?
Contatos para materialização deste trabalho em HQ, livro ou filme, podem ser feitos com o autor pelo e-mail benjaminconstant@ig.com.br
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