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Artigos-->A BORBOLETA GORDA -- 05/05/2004 - 11:31 (Fernando Antônio Barbosa Zocca) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Ao meio-dia e meia, um sujeito mal-encarado, de maneira sub-reptícia, adentra ao gabinete do vereador e, rápido como um relâmpago, fotografa a sala toda, saindo depois tão imperceptível quanto uma aragem amena.

A luta pelo poder em Tupinambica das Linhas estava começando e a borboleta gorda, botando todo o peso da sua notoriedade pública em jogo, queria ter certeza absoluta que venceria mais essa.

Mas, flácido feito nádegas tenras, indispunha de coragem suficiente para encarar os adversários de forma franca, delegando sempre tal tarefa aos apaniguados, usuários dos favores que ela concedia.

Em todas as áreas da administração pública tinha gente que lhe devia benefícios. E era exatamente essa súcia de partidários que se incumbia de lhe limpar o caminho, humilhando os oponentes, quando a volúvel se colocasse em movimento, na direção ao cargo pretendido.

A borboleta gorda era foda. Ela conseguia mudar até símbolos centenários dos eventos nacionais, quando achava que isso lhe seria útil. Pois era verdadeira tal assertiva quando se observava, que o inseto, pra deixar de ser arreliado, criara a figura do rei momo magro.

Com ela não existia “mamãe a barriga me dói” e se possível fosse, convocaria até a seita maligna do pavão-louco, para que por estratagemas mortais, colocasse em ação planos de assassinato, tais como os das caixas d’água corrompidas.

Seu partido era composto por gente falsa. Havia milionários que se diziam socialistas ou populares, e que não tinham outra intenção do que a de saquear os cofres públicos. A moral dessa gente continha liberalidades que admitiam limpar a bunda com a bandeira nacional e correr pelado pelas ruas nas madrugadas frias.

Era uma gente esquisita, vinda de fora, que fazia e acontecia, prendia e arrebentava. Eram pessoas maldosas, expelidas lá dos seus locais de origem e que vinham pra Tupinambica das Linhas, onde exerciam, sem oposição e com plenitude, o poder sádico que as caracterizava.

As repartições estaduais, que lidavam com o ensino, as que tratavam das finanças, as que cuidavam dos impostos, segurança pública, e as judiciárias, estavam contaminadas por sectários da borboleta gorda. Todos trabalhavam pra ela em agradecimento pelos cargos obtidos, promoções auferidas, vantagens mil conseguidas. A vitória, na sua pretensão eleitoral, meu amigo, e minha amiga, parecia, naquele momento, indiscutível.

A borboleta gorda, e um outro alpinista social, presidente do Ajuntamento Comercial da Cidade, impuseram um plano de saque à população que tinha por objetivo declarado o de auxiliar o Esporte Clube 30 de Novembro. Mas o motivo oculto, o das segundas intenções, era o municiamento dos cofres do partido, com o qual sustentariam a campanha eleitoral que se avizinhava. Assim aos consumidores de água, seria concedido o prazer, a oportunidade, o desfrute e a chance única de entrarem pra história, se colaborassem com os módicos R$0,50 pedidos nas contas d’água, como ajutório ao timinho dos infernos.

A borboleta gorda prometia aos integrantes da seita maligna do pavão-louco a punição plena, se fosse eleita é claro, aos blasfemos, que aporrinharam os miolos ressequidos das múmias egípcias ainda dominantes na cidade retardada.

Tupinambica das Linhas teria o que merecia. Não era sem fundamento a pecha que carregava: a de ser o local do universo, que concentrava a maior quantidade de loucos, ladrões e marafonas jamais vista em toda a história da humanidade. Tupinambica das Linhas era a cesta de lixo do mundo.

Com certeza.









Contatos para materialização deste trabalho em HQ, livro ou filme, podem ser feitos com o autor pelo e-mail benjaminconstant@ig.com.br





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