POEMA ENCARCERADO
Nasci sob a magia, encanto e sentimentos
De um ventre sempre fértil, de musa especial
À terra fui doado, espalhado aos quatro ventos
Ancoro em corações, trago dom celestial
A minha forma é livre, tendente a anarquia
Mais vale o que transmito, meu belo conteúdo
Mas o homem tão ousado doutra forma avalia
Coloca rima, métrica e maior rigor sisudo
Assim me sinto preso, apesar de bem ornado
Sou exposto, sou cantado e até já fui julgado
Dos doutores objeto, como arte primorosa
Na prisão encantadora, me encontro atado à forma
Minha última esperança de fugir dessa bigorna
São os líricos inocentes da técnica vigorosa
Rodrigus, Natal-RN
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