Passados dias infindos
De ausência indesejada
Volto a casa dos cordéis
Esta usina respeitada
Dando viva aos companheiros
Bonfim, Zeferro, Medeiros
Fiúza e toda moçada.
Faço aqui minha morada
Onde pousa o sentimento
De amizade profunda
Vivida a cada momento
Inspirada em poesia
Onde repousa a magia
Da musa do pensamento.
Para meu contentamento
Estou aqui novamente
Nesta usina de cordéis
Arte extraída da mente
De poetas populares
Cantadores singulares
Do sentir que o povo sente.
Aqui se planta a semente
Que germina a poesia
A planta cresce frondosa
Um pouquinho a cada dia
Pois cada cordel escrito
Aduba e deixa bonito
O tronco da cantoria.
Externo minha alegria
Neste cordel mensageiro
Em poder está de volta
Brincando neste terreiro
Fazendo aquilo que amo
Cordelizando o que chamo
De mais belo e prazenteiro.
Meu cordel é verdadeiro
Bucólico e lutador
Reprovando as injustiças
Descrevendo o seu horror
Mas também tem voz amena
Quando a idéia é serena
Retrata casos de amor.
Porém o grande valor
Do poeta de verdade
É nunca usar o seu verso
Para espalhar a maldade
Poesia só combina
Como é feito na usina
Por gente de qualidade.
Quero com sinceridade
O cordel finalizando
Abraçar os companheiros
E por aqui vou ficando
Mas de novo sendo parte
Desta escola de arte
Que muito vem me ensinando.