TERRA CURATIVA
Ivanildo Cruz
Desde milênios a argila é utilizada para fins medicinais. As suas propriedades eletromagnéticas e até radiativas podem ser aproveitadas de diversas maneiras, tais como: caminhando-se descalço, deitando-se no chão ou aplicando na forma de cataplasma sobre a
parte doente. Na Praia de Itapoama, a 30km do Recife, há uma reserva de argila amarela, onde os banhistas se lambuzam com o barro e algumas horas depois se lavam no mar. Quando as solas dos pés ou as palmas das mãos estão vermelhas, indica desequilíbrio nas correntes de energia que circulam no corpo, caracterizando excesso de energia negativa. Além de regularizar a alimentação, comendo mais verduras e cereais, a pessoa deve caminhar na areia da praia, molhando os pés – aconselha o médico acupunturista Tsau Cheun Shzu. Creio que a areia das margens de rio não poluído faria o mesmo efeito, para quem mora longe do mar.
As propriedades curativas da argila têm sido comprovadas em inúmeros casos. Por exemplo, matéria editada pelo “Jornal do Commercio”, do Recife, em 6/9/98, narra a experiência de uma dona de casa, residente em Ferreiros, Município da Mata Norte de Pernambuco. Ela utilizou, com sucesso, a argila no tratamento de sua filha de dois anos acometida de febre convulsiva, abandonando o uso de remédio. Dona Rosilândia Velozo passou a estudar em diversos livros e a transmitir a experiência adquirida. Verificou que a argila cicatriza inflamações, combate disenteria, verminose, prisão de ventre e outros males.
Já Romolo Mantovani confirma os efeitos da argila na 14ª edição portuguesa de “A Argila terra curativa” (Nova Editorial Natura – Lisboa – Portugal), traduzida do original francês. O autor esclarece que a oposição sob todas as formas ao antigo método de tratamento foi substituída pelo unânime reconhecimento do êxito alcançado em diversas doenças, mesmo em casos declarados incuráveis.
A argila é encontrada a 50cm ou a l metro de profundidade. Expor ao Sol ou ao ar numa peneira forrada de papel ou em pedaço de papelão (nunca em plástico ou metal) para secar. Quando está bem seca, retirar as impurezas (palha, pedra ou raízes). Para dissolve-la empregar água de chuva ou de nascente. A água do mar é a mais eficaz. Deixa-la repousar uma hora, para lhe dar tempo de dissolver. Usar as mãos, uma garrafa ou espátula para esmaga-la, em seguida peneirar para deixa-la bem fina. Ao preparar o emplastro deixar a argila com a consistência cremosa, não devendo ser muito espessa nem líquida.
A cataplasma de barro é muito eficaz e recomendável também em traumatismo, queimadura, mordeduras de animais, picadas de insetos e outras afecções da pele. É sempre aconselhável ter em casa uma provisão de lK de argila para casos de necessidade. Em caso de neurite, ciática, lumbago, é necessário preparar a cataplasma com água quente. Igualmente quando o paciente é friorento. Mas, deve-se evitar de aquecer sempre a argila, pois não produzirá o efeito desejado. Nunca aquece-la diretamente sobre o fogo, pois assim perderá toda a eficácia.
Finalmente, Romolo Mantovani acentua: “Durante toda fase de cura de argila deve-se evitar toda espécie de injeções e de medicamentos. O que é lógico, pois seria absolutamente supérfluo tomar argila para se desintoxicar se, ao mesmo tempo, absorver novos medicamentos”.
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