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Artigos-->Aleitamento Materno -- 11/09/2001 - 03:06 (Martha Rocha) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos




ALEITAMENTO MATERNO E SAÚDE!







*Martha Moro da Rocha







A condição nutricional, o nível-sócio econômico e a paridade não interferem na concentração de Gorduras Totais, Proteínas Totais e Valor calórico do Colostro. Portanto nenhuma dessas condições pode ser imputada como contra-indicação para o aleitamento materno .



A gordura do leite materno é a principal fonte de energia e fornece os ácidos graxos essenciais à estrutura lipídica da membrana do tecido cerebral e vascular .



Quantidade e qualidade do padrão de ácidos graxos no leite podem ter importantes efeitos no desenvolvimento infantil, já que a sua composição no soro e no tecido adiposo reflete a da dieta.



Apesar do leite humano apresentar níveis de ácidos graxos insaturados elevados, quando comparados,ao leite de vaca; seu padrão, no leite materno, pode sofrer grandes variações dependendo da qualidade da gordura e do percentual de carboidratos ingeridos na dieta materna .



Sabe-se que crianças em aleitamento materno costumam desenvolver-se normalmente, até mesmo em condições desfavoráveis, comuns em áreas de extrema pobreza. Tais crianças, desde que amamentadas nos primeiros quatro a seis meses de vida, crescem adequadamente, em sua maioria, a despeito de terem sido recém-nascidos pré-termo ou portadores de retardo de crescimentos intra-uterino.



Um dos mais fortes argumentos a favor desta forma de alimentação é a sua ação antiinfecciosa. Crianças amamentadas ao seio são menos sujeitas a infecções, em particular de origem digestiva e respiratória, do que as aleitadas artificialmente.



Somente através da amamentação natural a criança recebe, além dos benefícios biológicos e psicológicos trazidos pelo leite materno, a estimulação necessária para o bom desenvolvimento do sistema motor oral. A sucção no seio exercita adequadamente a região oral, propiciando o caminho mais seguro para a maturação do sistema digestivo, respiratório e neuro-muscular.



O leite humano fornece aos bebês, componentes imunológicos que estimulam as próprias defesas da criança, que é um facilitador para a maturação de vários sistemas , bem como impede a desnutrição protéico-calórica, da anemia por deficiência de ferro, das carências vitamínicas, da desidratação, das diarréias, alergias, resfriados e doenças pulmonares, assim como evita obesidade e as cáries.



Estudos realizados com crianças de famílias economicamente privilegiadas demonstraram, da mesma forma que naquelas de nível sócio-econômico mais baixo, uma proporção bem menor de infecções nos recém-nascidos amamentados ao seio do que os alimentados artificialmente.



O aleitamento materno tem representado a forma mais direta e praticamente exclusiva de se alimentar o ser humano recém-nascido, nos primeiros meses de vida, mesmo que por alguns anos tenha sido substituído gradualmente pelo alimento artificial, o que de forma alguma pode ser considerado saudável, a crescente adaptação a este tipo de alimento deveu-se no início do século a substituição das amas de leite, cada vez mais inacessíveis economicamente, tal forma de alimentação associou-se, porém a altíssimas taxas de mortalidade infantil.



A alimentação do lactente através da amamentação materna, torna-se de fato imprescindível se levarmos em consideração as colocações acima descritas partindo da premissa de que não existe leite fraco, mas sim quantidade insuficiente, temos certeza de que esse recurso natural passa a ser a fonte primordial da alimentação do recém-nascido.



Existem claras evidências de que a alimentação artificial aumenta a mortalidade e a morbidade infantil pois literalmente não se sabe a qualidade do alimento substituto, por maior cuidado que se tenha a esse respeito no momento de confeccioná-lo.



Estudos realizados, dão conta de que o leite de nutrizes multíparas, possui gorduras totais e valor calórico total mais alto do que em nutrizes multíparas. Na contra-mão deste dado, alguns autores argumentam que não há diferença na qualidade mas sim na quantidade, o que em nutrizes com paridade, fornecem a mesma quantidade (volume) a cada mamada de 12 horas, bem como as que estão com desnutrição que apresentam apenas menor volume, nunca menor qualidade.



Dessa forma constata-se que não há diferenças, não importa a condição social, ou de nutrição, ou mesmo paridade que não sejam as ideais.



O primeiro passo portanto para a adoção deste alimento, é a vontade da nutriz em faze-lo, depois seria a capacidade de produzir o leite.



Sabe-se no entanto que existem algumas condições que podem influenciar esse método, como a galactosemia, erros de metabolismo (que precisam ser investigados pelo pediatra a fim de detectar qual o aminoácido específico que causa a incapacidade de metabolização), a prematuridade (situação em que o leite materno é mais rico em nitrogênio e proteína e por ter menor concentração de lactose do que o leite de nutrizes a termo, é sem dúvida o melhor alimento, outras situações podem ainda se manifestar, tais como: recém-nascido com fenda palatina e ou lábio leporino, depressão puerperal, recusa da mãe em faze-lo, carcinoma do seio, uso de drogas, doenças maternas, abscesso no seio, mamilos planos ou invertidos).



Fora estes fatores ainda existem os mitos ligados à amamentação, alguns até engraçados: a primeira mamada não pode ser com leite, solução de glicose nos intervalos das mamadas, icterícia é devido ao aleite materno, dor nos mamilos, ingurgitamento mamário, leite fraco, produção insuficiente, o recém-nascido está sempre com fome (isto acontece quando as mamadas são espaçadas demais), o marido não concorda com o ato do aleitamento, horários rígidos, o lactente deve ficar no berçário em observação longe da mãe. É necessário combater este tipo de argumento, bem como o perigo que algumas temem de ficar com alterações estéticas pelo fato de amamentar, não se pode admitir que a criança seja prejudicada e privada de um alimento seguro, nutritivo e eficaz.



Um fato interessante, diagnostica na África, em regiões de conflito e/ou miséria, onde a desnutrição grave acomete grande parte da população as mães continuavam a aleitar seus filhos, pois surpreendentemente o seu leite não perdera valor nutritivo, mesmo em baixa quantidade.



Obviamente não se tomará a África como parâmetro, mas cabe bem como informação às mães que se recusam a aceitar o fato de que elas tem o alimento ideal, depende da sua disposição.



O esclarecimento do assunto precisa ser levado a sério, basta que se estabeleçam os pontos principais como: ensinar à gestante técnicas para formação do bico do seio quando ele não for o ideal, não estabelecer horários, a mãe deve “sentir” que a criança está com fome, aprender a observar outras manifestações ou sintomas, controlar as funções fisiológicas que são diferenciadas (como no caso da criança amamentada ao seio que pode ficar até 3 dias sem evacuar que não haverá alterações), a água não deve ser dada se ela mama no seio, a temperatura é mais estável, o sono é mais tranqüilo e mais constante.



Cabe ao profissional que acompanha a gestante e parturiente, esclarecer sobre essas vantagens, pois constata-se que são inúmeras.



Podemos listar algumas: vantagens imunológicas, psicossociais (a criança apresenta melhor desenvolvimento social, e é mais estável), interferem também na atividade de aprendizagem, formação da personalidade, capacidade de adequação do ser humano.



As desvantagens do alimento artificial são muitas, e não apenas do ponto de vista psicológico, pois é necessário adquirir o leite, comprar mamadeiras, trocar os bicos seguidamente, esterilizar os materiais, refrigerar alimentos, cuidar da conservação, aquece-los, o que encarece substancialmente este método.



Sem sombra de dúvidas, podemos afirmar que o aleitamento é antes de tudo um ato de amor, mas também uma tomada de consciência, proporcionar uma vida mais saudável, um desenvolvimento adequado, um compromisso bilateral onde a mãe dá a luz ao filho e continua dando um pouco da sua vida, e isto torna o aleitamento algo inigualável, além de cientificamente comprovado e aprovado.



Amamentar um filho nestas condições é também investir numa adolescência e vida adultas mais satisfatórias sob todos os aspectos, pois a velhice saudável depende muito do tipo de infância e adolescência que a pessoa teve, com todos os cuidados e atenção necessários para uma formação integral e positiva.



*Fisioterapeuta
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