Nesta última semana vi nossos telejornais mostrarem nosso Presidente da República bradar o nosso novo grito de "in" dependência : "exportação ou morte". Eu me pergunto, mas como presidente, se sempre exportamos e muito, o que mostrarei em dez exemplos:
1 - Exportamos nossos jovens à mediocridade com a cultura de quanto pior melhor, pois aqui tudo o que não presta está na mídia para ser vendido;
2 - Exportamos nossos atletas a humilhação de resultados pífios em provas internacionais, pois eles treinam para vencer a fome, o preconceito e a intransigência;
3 - Exportamos nossas famílias ao medo, quando os cidadãos se trancam dentro de casa e os bandidos andam livres pelas ruas, e olha que a polícia tem causado ainda mais terror;
4 - Exportamos nossas crianças à ignorância, quando não se constrói mais escolas e a esmola num sinal de trânsito é muitas das vezes uma lição cruel;
5 - Exportamos os verdes das florestas ao fogo, queimadas criminosas extinguem nossas consciências;
6 - Exportamos nosso patrimônio aos cofres de países longínquos, a venda obscura de nossas melhores empresas, levam bem pra longe a chance de sermos um verdadeiro país;
7 - Exportamos nossa moralidade, promiscuidade e violência a qualquer hora do dia e da noite, até em programas que deveriam ser infantis,levam nossa juventude a uma viajem sem volta;
8 - Exportamos nossa dignidade, ao vermos milhões de brasileiros que trabalharam por muitos e longos anos, não terem direito a uma aposentadoria justa;
9 - Exportamos lágrimas de milhares de pessoas que contribuiram por toda a vida e têm de passar infinitas horas em filas de intolerâncias, para no final não serem atendidos pelo nosso Sistema ùnico de saúde;
10 - Exportamos o cinismo estampado em um sorriso viajante de quem deveria estar preocupado em resolver nossos problemas sociais, mas prefere retomar a máxima dos tempos de ditadura que dizia "Exportar é o que importa".