Latidos de cães.
Briga de gatos.
Noite.
De verão e de frio,
Do silêncio absoluto
Do congresso dos grilos.
Noite dos sapos,
Do rocio.
Noite de lua e meia.
Ninfa e senhora
Das marés cheias.
Noite alta das luzes.
Do farol de estrelas
E naus sem oriente.
Noites sem sol...
Insone.
Despertai os levianos,
Adormecei os inocentes.
Noite dos sem-nome
Dos bordéis,
Dos pincéis,
Dos artistas.
Noite do papel e da pena.
Da música, dos poetas,
Das cordas e sopros.
Das teclas.
Noite sem sombra, sem pistas.
Dos corpos cansados,
Das almas vadias.
Noites longas, eternas
Até que se rompam em dias.
Rio, 18 de abril de 2001
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