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Cronicas-->Meu avó, o Guru da Era de Aquarius -- 31/03/2000 - 11:26 (Paula Ximenes) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Meu avó foi, antes de tudo, uma pessoa rara, incomum.

Dotado do fundamental para se fazer um grande homem, ou seja, inteligência e senso de humor, gostava de fazer as coisas à sua maneira e a seu tempo. A maior prova disso, foi o fato de ter começado a formar sua família, quando achou que estava pronto. Nesta altura, ele já havia cruzado a porta da casa dos 40. Idade tida como avançada para os padrões da época. Azar o meu, se levarmos em consideração que teria desfrutado de sua companhia por mais tempo, caso tivesse nascido antes.

Mas não devo reclamar, não seria justo. Afinal, mesmo com toda a diferença de gerações e do relativo pouco tempo juntos, posso hoje afirmar que nada nem ninguém em minha vida fincou tão profundas raízes, nem contribuiu tanto para minha formação intelectual, moral e espiritual.

Entre muitas, meu avó tinha duas características bem marcantes: a primeira, era ter o pensamento muito adiante do seu tempo. Suas idéias eram mais que revolucionárias para sua época. Por exemplo: ele achava, que o lugar das mulheres, as quais ele admirava, sobretudo, pela inteligência, a capacidade de liderança e a polivalência, era no mercado de trabalho. Jamais concordou com minha aspiração em ser professora. Sonhava alto para mim. Muito mais alto do que eu mesma, naquela época, pudesse aceitar. Hoje, espero ter correspondido, pelo menos, à parte destes sonhos.

Era, sem sombra de dúvida, um homem de vanguarda. Mesmo para os dias de hoje.

A segunda e, pelo menos para mim, mais marcante de suas características, era a paixão. Paixão pelos seus ideais, pelas coisas em que acreditava, por aqueles que considerava especiais. Destaque-se aí, a política, o futebol e eu (não necessariamente nessa ordem). Nunca escondeu de ninguém, muito pelo contrário, que gostava de influenciar minha cabecinha de criança com suas idéias.
Que coisa mais desnecessária! Pois se tudo o que eu sempre quis, foi justamente ser como ele. E se não é este o meu maior orgulho...
Como me faz bem ouvir, ainda que algumas vezes com um certo tom de censura, as pessoas dizerem: - "Você é igualzinha ao seu avó!"

E não há nada mais verdadeiro. A não ser pela política, posso afirmar que absorvi se não toda, mas a maior parte de sua personalidade. A "incoerente" vocação tanto pelas letras quanto pelos números, os anos de dedicação ao estudo da música, o respeito e amor aos animais.

Mas o que aproxima nossos espíritos e nos permite exercitar uma espécie de troca de energia cibernética, é, exatamente, a mais criticada e polêmica das heranças que ele me deixou, e que nem todos os espíritos do bem ou do mal reunidos conseguirão tirar de mim: A PAIXÃO PELO FUTEBOL. Ou, indo mais a fundo, pelo Botafogo.

Só que esse, é um amor muito nosso e muito especial. Tanto, que deve ser contado separadamente. Uma outra história, com o destaque que o assunto merece.

Fica, então, para uma próxima ocasião, uma próxima crónica que, prometo, vai valer à pena. Mesmo para aqueles que, infelizmente, não tenham um coração botafoguense. Mas que, certamente, hão de ter pelo menos uma paixão...


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