Em relação a mim, pelo menos, há um tremendo equívoco analítico: eu não sou um gajo triste. Ah... Ah... Ah... Corro a tristeza à vassourada. Já sequer suporto a ida aos funerais de amigos, por serem um choraminganço pegado.
Apre... Tudo quanto de mim emane em tristeza, é aparente e constitui, sim, uma acérrima critica irónica, sobretudo à religião que nos impõe o choro permanente há milénios. Eu gosto de chorar como o brasileiro, a rir e a dançar. Gosto de sentir lágrimas explosivas nos olhos.
Triste? Eu não sou triste
Apesar do triste fado
Que no meu país existe:
Eu sou, sim, um revoltado !...
António Torre da Guia
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