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Artigos-->CORTIÇOS BAHIA -- 07/06/2004 - 09:38 (Fernando Antônio Barbosa Zocca) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Alves entornou nervosamente a xícara e deglutiu sôfrego o café. Sua instabilidade emocional era visível quando, da tristeza imobilizante passava rápido à euforia incontida.

Ele contava, naquela manhã, ao companheiro Robert, ali no boteco da esquina, que seu pai devia mais de 15 milhões de reais ao INSS.

Alves também expressou sua desconfiança na infidelidade paterna. Ele cria estar o velho visitando uma jovem muito bonita residente num flat central, lá em Belo Horizonte.

As fontes diziam ao Alves que o pai, e alguns vereadores da cidade, tinham o hábito de presentear a modelo com dinheiro, jóias, e roupas valiosas.

Alves pode ouvir o pai dizer, uma ocasião, ao comentar com um amigo, sobre a mulher estonteante, que megaindustriais de S. Paulo, banqueiros cariocas e membros do governo mineiro, faziam revezamento, na disputa pelos carinhos da moça bonita, em algumas horas de prazer.

Alves acreditava que o desastre financeiro, envolvente da usina de açúcar, se devia a essa faceta libidinosa do pai pecador.

A luxúria do bode velho dilapidava a riqueza da família recebida dos ancestrais, os verdadeiros senhores de engenho, escravocratas históricos.

Um complicador a mais pra vida do Alves e seus irmãos, era a pretensão do velhote em apoiar a candidatura da “Borboleta Gorda” nas eleições municipais de Tupinambica das Linhas.

A fim de conseguirem fundos para a campanha que se avizinhava, o pai pecante e mais alguns usineiros em reunião de diretoria, determinaram o aumento dos preços do álcool, açúcar e imaginem... até da pinga.

Alves arrepiava-se só de cogitar em ver seu pai taxado de meliante.

O café queimava-lhe os lábios. Ao último gole pode lembrar-se duma artimanha, do industrial velho, para angariar fundos: ele acolhera um indigente na sede da usina, recuperando, em pouco tempo, o cidadão.

Fez com que ele conseguisse documentos novos e, por meio de uma professora, ensinou os segredos da escrita e leitura.

Quando o mísero estava apto a freqüentar ambientes, pra ele sofisticados, tipo agências bancárias e corretoras, providenciou-lhe uma apólice de seguros. O beneficiado, é claro, não podia ser outro se não o próprio doutor J. H. Mayonnaise Alves.

É desnecessário afirmar que ao fim do período de carência da apólice, o segurado sofreu um revés gravíssimo deixando a fortuna imensa ao usineiro.

Alves disse ao Robert ser o grupo de seu pai, muito poderoso e conseguir, por meio da seita maligna do pavão louco, destruir sites na internet, levar à falência jornais, rádios e revistas. E tal qual aos cânceres, num organismo, degringolar os sistemas antagonistas do seu time.

As eleições em Tupinambica das Linhas eram ainda, naquele momento, uma incógnita. Mas um fato era certo: não existia diferença entre a cidade e a curva do rio. Em ambas, meu amigo, minha amiga e senhoras dona de casa, só paravam dejetos.





Contatos para materialização deste trabalho em HQ, livro ou filme, podem ser feitos com o autor pelo e-mail benjaminconstant@ig.com.br









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