Assim,
como as folhas que perdem as forças
no outono e caem,
assim também
o meu amor, por você
desvaneceu.
A culpa foi sua,
desdenhou-me,
fez de mim
o mais vil dos seres
Peregrinei pelo mundo
em busca do meu ego,
que perdi ao tentar a reconquista
À cada passo consumado
mais penumbral
me tornava.
Então,
débil no limbo caí.
A última morada dos inúteis.
Tudo era sombrio,
tenebroso, lúgubre.
A única certeza era o desterro.
Concluí:
é o fim
Mas, num último esforço,
quase divinal,
fundi as últimas gotas de energia
que me restaram
para gritar altiloqüente:
estou vivo!
Sou um filho de Deus!
Foi o que bastou para o meu sangue
circular e dar vida, até mesmo
ao mais recôndito capilar.
Depreendi que,
por mais tenebrosa
que tenha sido a noite,
a aurora sempre virá.
Hoje,
renovado, sei que sou maior
que os problemas que vida oferece.
Nada neste mundo pode me abater!
As soluções existem basta procurá-las!
Você
que tanto me fez sofrer,
paradoxalmente,
ensinou-me a ser feliz.
Compreendi que não se impõe a felicidade.
Deve ser conquistada,
cultivada, compartilhada.
Usufruída em cumplicidade...
prazerosa.
13/03/99 |