Súbito, a vida me chega,
Me vejo criança,
E chego com a vida,
Numa porção de esperança.
Sou a explosão da flor,
Tenho a fugaz liberdade,
Caminho sob a chuva,
Pareço a eternidade.
Súbito, não quero a infância,
Tudo passa veloz,
Penso em ser uma águia,
Quero soltar minha voz.
Conquisto mil amores,
Sou minhas próprias indecisões,
Abandono as amarras,
De outros mil corações.
Súbito, a juventude se vai,
Sob o tal peso da idade,
Mas dentro da alma,
Permaneço criança-verdade.
Apenas mudei um pouco,
Sou agora uma canção de dor,
Que fala da liberdade,
De quem vive o eterno amor.
Súbito, a nova descoberta,
De que tudo é tão lento,
Na verdade não passamos,
Pois o que passa é o tempo.
Esta doce ilusão, porém,
Se desfaz com a saudade,
Do que me preencheu a vida,
Que levarei para a eternidade.
Súbito ...
AdeGa/2002 |