O Governo Lula não vem conseguindo definir uma única estratégia para dar os rumos ao país. Cercado de alianças completamente impensáveis até um tempo atrás, o governo do PT não tem linha de raciocínio e de atuação. Ao formar uma base tão ampla no Congresso Nacional, que vai da esquerda a direita, os projetos aprovados com anuência do Planalto parecem ter formação monstruosa.
De maneira alguma a esperança acalantada pela eleição de Lula vai se realizar. O governo do PT é tão ou mais conservador que a era tucana. Querem os governistas de hoje, todas as maneiras e poder, para com rolo comprensor aprovar leis definidas pelo FMI, conselho de Washigton e pelos varões da globallização.
Suas bandeiras do passado, quando não abandonadas, são atendidas com a prática do velho clientelismo que sempre nortearam a maiorias de nossos dirigentes. O salário mínimo ganhou apenas um aumento de 20 reais, o que corrige apenas pelos dados do IBGE, a inflação do ano. Mas, enquanto isso, o governo cria mecanismos que deixam seres humanos dependentes das ações paternalistas.
Bolsa-Família, Seguro desemprego, Bolsa-Alimentação etc, o governo dá aumento e alimenta a dependência das pessoas as ações governamentais. Por que o Governo não aumenta o dinheiro para investimentos. Por que não angaria novos empreendimentos e ocasiona oferta de empregos? Uma pergunta sem respostas. Se o cidadão trabalha e recebe o justo por isso não irá precisar das ajudas clientelistas de governantes, que juram estarem fazendo o bem.
Mas isso iria contrariar os interesses de uma celeuma de grupos e de pessoas que se beneficiam deste sistema tórpido e asqueroso. O Governo do PT quer dar o peixe em vez de ensinar a todos a pescarem. Assim como fizeram quase todos os últimos governos. O desenvolvimento que se encontra parado desde a década de 80 (tivemos duas décadas perdidas na econômica) parece querer se manter estagnado também nos primeiros 10 anos do novo milênio.
Humberto Azevedo, jornalista, 28 anos, residente em Brasília