Havia uma tecelagem, ora, tal industria, ou ofício, existe há muito tempo e
isso não é novidade para ninguém - desde a época em que Deus fez as tais
túnicas de pele para o primeiro casal - Adão e Eva - sacrificando o primeiro
animal.
Pois bem, havia uma tecelagem onde se fabricavam tecidos muito finos, tão
ou mais finos que qualquer coisa valiosa que você possa imaginar. E já que
todas tecelagens que se prezem há fios que se embaraçam no decorrer do dia,
essa, por assim dizer, não poderia ser diferente.
Assim, quando os fios, para não fugirem da regra das tecelagens que se
prezam, insistiam em ficar embaraçados, o operador devia tocar uma campainha,
para ser atendido por um funcionário especializado, um banbanban, que punha as
coisas em ordem novamente.
Certa ocasião - note que todas as histórias, boas ou não, sempre têm uma
"certa ocasião" - um operário antigo da fábrica achou que já sabia o
suficiente, parece que sou eu esse cara, e podia trabalhar sem o auxílio
especializado do banbanban, ou seja, podia desembaraçar os fios sozinho.
Então, quando os fios se embaraçaram, ele mesmo tentou arrumar. Resultado -
e esse resultado é mais que óbvio, pois sempre que resolvemos fazer as
coisas que não são de nossa alçada acabamos nos estrepando. Enfim, resultado: os
fios ficaram terrivelmente emaranhados e o estrago foi muito grande.
Quando, depois de muita teima interior, resolver chamar o especialista,
tratou logo de dizer, até porque não fazia parte de seu feitio assumir a culpa:
"Mas eu fiz o meu melhor !"
O especialista respondeu: "O seu melhor é chamar por mim"
Pombas! Escrevi tudo isso apenas para dizer que Deus é o especialista.
Enfim, Deus é o especialista, quando tudo se embaraça e foge de nosso
controle, nosso papel é chamar por ELE.
Até,
Anderson |
