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Poesias-->Carinho divino -- 15/02/2002 - 08:32 (Ademir Garcia) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos






Ah ! manhã de sol,

vejo que na madrugada

[o ócio abandonastes,

pois a estiagem fizestes clara,

e mais longe fostes,

expulsando as nuvens,

deixando apenas o frescor da hortelã.



Tua lua assemelha ao véu da monja,

e as estrelas ainda ficam para espiar-te,

como fossem os olhos da imensidão.



De longe, muito longe,

nada acontece,

tudo fica na espreita,

a ver teu reinado passar,

e perto, só a úmida relva logra mover-se,

insistindo espalhar com abano,

os olores exalados por tuas prendas.



Adentra o egoísmo dos seres vivos

[o aroma do limão e das romãs,

a imperatriz rosa lança sua fragrância,

e o soberbo craveiro exala seu cheiro.



Tu, ó manhã,

que de orgulho me inflama,

continuas passiva,

como um bálsamo para o meu ser.



O beija-flor não ousa piar

[enquanto sorve.;

o lagarto não caça e se esparrama ao sol,

pois assim,

consolidas teu reinado, ó manhã,

no silêncio da areia quente.



O pensamento é lento, nada prende,

extravia os fatos porque atos não vê,

mas o âmago insiste,

carece de cheiros,

do lírio de maio e do jasmim de agosto,

da peroba a casca de janeiro,

e do carvalho as ramas secas

[que se deixam cair o ano inteiro.



É carícia ao olfato o estrume do boi,

ao sabiá,

o leite da manga verde diz qual foi,

o olor soprado por um feliz pinheiro.



Tu porém, ó amanhecer dourado,

contemplas tudo com teu pasmo jeito,

por estes raios assim banhado,

que chegam deste sol de preguiça,

por Deus abençoado.



Eu aqui,

pequena fagulha do amor supremo,

que por amar todos os aromas,

me entrego ao teu carinhoso abraço,

enlouquecido de paz, imenso,

no éter dos céus,

quase em coma.





AdeGa/96



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