Não quero ficar aqui,
segurando estas flores,
nem posso estar por estar,
e correr para não chegar.
Porque não abre essa porta,
desmonta essa casa vazia,
se perde na palidez do deserto,
e se abre como fosse utopia ?
Porque não joga essa espada,
desata o colete
[e vai para a rua,
abandona o escuro,
o ímpio,
e se torna a noiva tão nua ?
Ah ! Agora sim,
te vejo aberto,
gente das gentes,
parado e mudo,
que desnudo as coisas capta,
e liberta de cá dentro, tudo !
AdeGa/86
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