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Poesias-->Só o esquecimento condena -- 15/02/2002 - 09:38 (Ademir Garcia) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Só o esquecimento é condenação.

De resto, lembro-me da tua estupidez

[em dizer que me desejavas esquecer.

Lembro-me da mais gelada noite

[que quase me abraçou o braço da morte.

Lembro-me da enorme enxurrada

[que arrastou meus sinos e cantigas de Natal.

Lembro-me emocionado das duas guitarras

[que mais pareciam quinhentos sons.

Lembro-me brioso do gigante brasão

[que tem gravado o lema mais persistente.



Só o esquecimento é condenação.

Ademais, lembro-me da maciez da pele

[que não me poupou mil lençóis.

Lembro-me da rua de meia esquina

[que esconde na penumbra segredos tantos.

Lembro-me da alforria da juventude

[que libertou todos os corações adolescentes.

Lembro-me da molície das valsas

[que embalou lindas moças e rapazes.

Lembro-me dos corações adolescentes

[que na paixão muitos jovens aprisionaram.



Só o esquecimento é condenação.

Pois, se tanto me lembro e lembro mais

[do que esparsas nuvens do pensamento.

Hão de lembrar das esquisitas frases

[que escrevi nas árvores da minha infância.

Hão de lembrar dos mimos que escrevi

[em cartinhas e bilhetes sem qualquer destino.

Hão de lembrar dos poemas de amor

[que ensaiei escrever nas mesas da boemia.

Hão de lembrar algumas coisas que sussurrei

[e que ficaram gravadas em algum coração.



Só o esquecimento é condenação.

Então, se me tomarem a pena e a brochura,

[jamais me serão arrancados os amores vividos.

E se o destino insistir em apagar meus passos,

[ainda deixarei (e tantos) meus pensamentos.

E se a posteridade tão breve substituir meus versos,

[ainda ficam duas guitarras e um brasão.

E se as melodias que preparei se calarem,

[ainda ouvirão ressoar quinhentos sons.

E se desejarem acreditar que me condenaram,

[farei ecoar sentimentos ainda guardados no coração.



AdeGa-02/01/02

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