Porque me deixastes,
contigo não me levastes,
pensamentos meus,
quando tão longe fostes,
(?) por maviosos lugares.
Paixões ardentes,
que lograstes viver,
porque não deixastes,
fugazes que inda fossem,
(?) nelas me envolver.
Se pelo éter volátil,
melodias brandas soaram,
porque permitistes (?),
silenciosa surdez,
a meus ouvidos abafar.
E os sensíveis poemas,
que deliciaram vossas noites,
meus lábios emudecidos,
que ao vosso prazer,
não me destes recitar ?
Fostes tão implacáveis,
pensamentos meus,
vagando incólumes ao siso,
e tantos sonhos que tinha,
lançastes ao vazio.
Abro-vos em contenda,
que não me exauristes todo,
e tão só indagar-vos a razão,
vossa derrota farei notória,
por unir-vos ao meu coração.
AdeGa/98
|