Sou como a brisa matinal
Suave e branda
Em cada folha deixo
A leve carícia...
Na primavera, refresco,
Sou bruma,
Sou nevoeiro:
Basta-me apenas
Um raio de sol...
Dentro de mim
Há colinas
E é por isso
Que de meus lábios
Saem lamentos puros
De águas cristalinas...
Enfim,
Sou ternura
Sou festa
Sou alegria...
E na penumbra
De meu anoitecer,
No oceano íntimo
De minhas lembranças,
Tudo é calmaria...
Mas, às vezes,
Sou vento
Sou tornado...
Por onde passo
Levo tudo.
E, no horizonte
De meus sonhos,
Indubitavelmente,
O poente se faz mudo...
|