“Para tudo há um tempo determinado, . . . tempo para guerra e tempo para paz.” — ECLESIASTES 3:1, 8.
A MAIORIA das pessoas anseia a paz, e com bons motivos. O século 20 teve menos paz do que qualquer século na História. Isso é irônico, porque nunca antes se fez tanto em prol da paz.
Em 1920 foi formada a Liga das Nações. Em 1928, o Pacto Briand-Kellogg, chamado por uma obra de referências de “o mais grandioso duma série de esforços pacificadores depois da Primeira Guerra Mundial”, foi assinado por “quase todas as nações do mundo . . . concordando em renunciar à guerra como instrumento de política nacional”. Depois, em 1945, foi formada a organização das Nações Unidas para substituir a extinta Liga das Nações. E a Guerra continua.
A base da verdadeira paz
Será que se pode estar realmente em paz com alguém a quem se odeia? Não, segundo 1 João 3:15: “Todo aquele que odeia seu irmão é homicida.” Conforme a história recente prova, ódios profundos levam rapidamente a atos de violência.
Visto que Jeová é ‘o Deus que dá paz’, esta só pode ser sentida pelos que amam a Deus e que têm profundo respeito pelos princípios justos dele. É evidente que Jeová não concede paz a todos. “‘Não há paz para os iníquos’, disse o meu Deus.” Isto se dá porque os iníquos se negam a se deixar guiar pelo espírito santo de Deus, sendo a paz um dos frutos dele. — Romanos 15:33; Isaías 57:21; Gálatas 5:22.
Guerrear contra outros humanos — assim como fizeram tantas vezes professos cristãos, especialmente no século 20 — é inimaginável no caso dos genuínos cristãos. (Tiago 4:1-4) O verdadeiro cristão combate os ensinos que difamam a Deus, que culpam a Deus pelas atrocidades no decorrer dos séculos, mas esta guerra se destina a ajudar pessoas, não a prejudicá-las. Perseguir outros por causa de diferenças religiosas ou infligir dano físico por motivos nacionalistas está em nítido contraste com o verdadeiro cristianismo. “Se possível, no que depender de vós”, disse Paulo aos cristãos em Roma, “sede pacíficos para com todos os homens”. — Romanos 12:17-19; 2 Timóteo 2:24, 25.
6 Atualmente, a paz concedida por Deus pode ser encontrada somente entre os verdadeiros adoradores. (Salmo 119:165; Isaías 48:18) A união deles não é perturbada por nenhuma diferença política, visto que mantêm neutralidade política em todos os lugares. (João 15:19; 17:14) Por serem “aptamente unidos na mesma mente e na mesma maneira de pensar”, sua paz não é ameaçada por nenhuma diferença religiosa. (1 Coríntios 1:10) A paz usufruída pelos verdadeiros cristãos é um milagre moderno, causado por Deus em harmonia com a sua promessa:
“Eu vou designar a paz como teus superintendentes e a justiça como teus feitores.” — Isaías 60:17; Hebreus 8:10.
Por que um “tempo para guerra”?
Apesar da sua atitude pacífica, os verdaeiros cristãos encaram o tempo atual como predominantemente um “tempo para guerra”. Naturalmente, não o de uma guerra literal, visto que impor a outros a mensagem da Bíblia por meios armados contradiria o convite de Deus, de “quem quiser tome de graça a água da vida”. (Revelação [Apocalipse] 22:17) Não envolve conversões forçadas! A guerra travada pelas pelos verdadeiros cristãos é estritamente espiritual. Paulo escreveu: “As armas de nosso combate não são carnais, mas poderosas em Deus para demolir as coisas fortemente entrincheiradas.” — 2 Coríntios 10:4; 1 Timóteo 1:18.
A principal das “armas de nosso combate” é “a espada do espírito, isto é, a palavra de Deus”. (Efésios 6:17) Esta espada é poderosa. “A palavra de Deus é viva e exerce poder, e é mais afiada do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até a divisão da alma e do espírito, e das juntas e da sua medula, e é capaz de discernir os pensamentos e as intenções do coração.” (Hebreus 4:12) Por usarem esta espada, os cristãos conseguem demolir “raciocínios e toda coisa altiva levantada contra o conhecimento de Deus”. (2 Coríntios 10:5) Habilita-os a expor doutrinas falsas, práticas prejudiciais e filosofias que refletem a sabedoria humana em vez de a divina. — 1 Coríntios 2:6-8; Efésios 6:11-13.
Ainda outro motivo pelo qual o tempo atual pode ser encarado como tempo para guerra é que é iminente “o dia de vingança da parte de nosso Deus”. (Isaías 61:1, 2) Em 1914, o tempo determinado por Jeová chegou para estabelecer o Reino messiânico e para autorizá-lo a travar guerra ativa contra o sistema de Satanás. O período concedido para os humanos tentarem governos humanos sem interferência divina expirou naquele tempo. A maioria das pessoas, em vez de aceitarem o Governante messiânico de Deus, continuam a rejeitá-lo, assim como fez a maioria no primeiro século. (Atos 28:27) Por conseguinte, em face da oposição ao Reino, Cristo se viu obrigado a ‘subjugar no meio dos seus inimigos’. (Salmo 110:2) Felizmente, Revelação 6:2 promete que ele ‘completará a sua vitória’. Isto ele fará durante “a guerra do grande dia de Deus, o Todo-poderoso . . . que em hebraico se chama Har–Magedon”. — Revelação 16:14, 16.
Chegou o “tempo para falar”
Desde a mudança dos assuntos humanos em 1914, já se passaram 85 anos. Jeová tem sido extremamente paciente com a humanidade. Fez com que suas Testemunhas se apercebessem plenamente da urgência da situação. Há milhões de vidas em jogo. Essas multidões merecem ser advertidas, porque “Jeová . . . não deseja que alguém seja destruído, mas deseja que todos alcancem o arrependimento”. (2 Pedro 3:9) Não obstante, em breve haverá a “revelação do Senhor Jesus desde o céu, com os seus anjos poderosos”. Então, todos os que deliberadamente rejeitaram a mensagem do Reino de Deus sofrerão a “vingança” que Jesus executará nos “que não conhecem a Deus e [nos] que não obedecem às boas novas acerca de nosso Senhor Jesus”. — 2 Tessalonicenses 1:6-9.
Estas coisas não são ditas a fim de amendrontar o leitor e sim para alerta-lo de sua vida corre perigo. Quem não ama a sua vida, também não há necessidade de ter mêdo, pois de qualquer modo, um dia morrerá mesmo.
Muitos dizem: - Me diga quando será esse fim e eu...
Quando se esgotará finalmente a paciência de Jeová? Não é de valor algum especular quando a “grande tribulação” talvez comece. Jesus declarou especificamente: “Acerca daquele dia e daquela hora ninguém sabe.” Por outro lado, ele admoestou: “Portanto, mantende-vos vigilantes, porque não sabeis em que dia virá o vosso Senhor. . . . Mostrai-vos prontos, porque o Filho do homem vem numa hora em que não pensais.” (Mateus 24:21, 36, 42, 44) Em linguagem clara, isto significa que cada dia devemos ficar atentos aos acontecimentos mundiais e contar com o irrompimento da grande tribulação. (1 Tessalonicenses 5:1-5) Como é perigoso pensar que podemos como que levar uma vida folgada, levando uma chamada vida normal e esperando ver como as coisas irão desenvolver-se! Jesus disse: “Prestai atenção a vós mesmos, para que os vossos corações nunca fiquem sobrecarregados com o excesso no comer, e com a imoderação no beber, e com as ansiedades da vida, e aquele dia venha sobre vós instantaneamente como um laço.” (Lucas 21:34, 35) (Revelação 7:1-3.)
Os que falam de “paz, quando não há paz”
Durante o sétimo século AEC, Jeremias e Ezequiel, profetas de Deus, transmitiram mensagens divinas de julgamento contra Jerusalém, devido ao proceder obstinado dela em desobediência a Deus. A destruição que predisseram ocorreu em 607 AEC, embora os mensageiros de Deus tivessem sido refutados por líderes religiosos destacados e influentes. Estes últimos mostraram ser ‘profetas estúpidos que desencaminhavam o povo de Deus, dizendo: “Há paz!” quando não havia paz’. — Ezequiel 13:1-16; Jeremias 6:14, 15; 8:8-12.
Igual aos “profetas estúpidos” daquele tempo, a maioria dos líderes religiosos atualmente também deixa de avisar o povo a respeito do vindouro dia de julgamento da parte de Deus. Em vez disso, pintam um quadro otimista de que grupos políticos por fim conseguirão paz e segurança. Estando mais ansiosos de agradar aos humanos do que a Deus, dizem aos seus paroquianos o que estes querem ouvir, em vez de explicar que o Reino de Deus já está estabelecido e que o Rei messiânico em breve completará a sua conquista.
É bíblico veja --> (Daniel 2:44; 2 Timóteo 4:3, 4; Revelação 6:2) Como falsos profetas, eles também falam de “paz, quando não há paz”. Mas a convicção deles em breve se transformará em repentino horror, quando se virem confrontados com o furor Daquele a quem difamaram e sobre cujo nome lançaram indizíveis vitupérios. Os líderes do império mundial da religião falsa, o qual é descrito na Bíblia como mulher imoral, ficarão sufocados pelos seus próprios desencaminhantes clamores de paz. — Revelação 18:7, 8.
Jeová rompe o seu silêncio
Salomão disse também: “O verdadeiro Deus julgará tanto o justo como o iníquo, pois há um tempo para todo assunto.” (Eclesiastes 3:17) Deveras, Jeová tem um tempo determinado para a execução do julgamento na religião falsa e nos “reis da terra [que] tomam sua posição . . . contra Jeová e contra o seu ungido”. (Salmo 2:1-6; Revelação 16:13-16) Uma vez chegado este tempo, os dias de Jeová ficar “quieto” terão acabado. (Salmo 83:1; Isaías 62:1; Jeremias 47:6, 7) Por meio do seu entronizado Rei messiânico, Jesus Cristo, ele ‘falará’ na única linguagem que seus opositores parecem entender: “O próprio Jeová sairá como um poderoso. Como um guerreiro ele despertará o zelo. Bradará, sim, dará um grito de guerra; mostrar-se-á mais poderoso sobre os seus inimigos. ‘Por muito tempo fiquei quieto. Fiquei calado. Continuei a exercer autodomínio. Igual à mulher que dá à luz, vou gemer, ofegar e arfar ao mesmo tempo. Devastarei montes e morros, e secarei toda a sua vegetação. E dos rios vou fazer ilhas e secarei os banhados de juncos. E vou fazer os cegos andar num caminho que não conheceram; farei que pisem numa senda que não conheceram. O lugar escuro transformarei diante deles em luz, e o terreno escabroso em terra plana. Estas são as coisas que vou fazer para eles e não vou abandoná-los.’ ” — Isaías 42:13-16.
Quando Jeová “falar” em defesa da sua Divindade, os do seu povo não mais precisarão falar em sua própria defesa. Será a vez deles de ‘ficar quietos’. Aplicar-se-ão as seguintes palavras, assim como se aplicaram aos servos de Deus no passado: “Não tereis de lutar neste caso. Tomai a vossa posição, ficai parados e vede a salvação da parte de Jeová a vosso favor.” — 2 Crônicas 20:17.
Que esmagadora derrota de Satanás e da sua organização! Os glorificados irmãos de Cristo participarão na notável vitória a favor da justiça, de acordo com a promessa: “O Deus que dá paz, por sua parte, esmagará em breve a Satanás debaixo dos vossos pés.” (Romanos 16:20) Terá chegado finalmente a paz há muito aguardada.
Quão bendita será a vida de todos aqueles na Terra que sobreviverem a esta grande manifestação do poder de Jeová! Pouco depois, juntar-se-ão a eles homens e mulheres fiéis do passado, cujo tempo determinado para a ressurreição terá chegado. O Reinado Milenar de Cristo deveras introduzirá um “tempo para plantar . . . tempo para curar . . . tempo para construir . . . tempo para rir . . . tempo para saltitar . . . tempo para abraçar e . . . tempo para amar”. Deveras, será eternamente um “tempo para paz”! — Eclesiastes 3:1-8; Salmo 29:11; 37:11; 72:7.
