Lembro duma porrada de coisas da minha pré adolescência – época que surgiam os primeiros fiosinhos de bigode nessa minha cara que mamãe tanto gosta.
No meio das lembranças têm algumas aulas de catecismo que tive com uma professora chamada Marinalva e outras de geografia, com uma professora chamada Telma.
Sempre achei, não sei porque raios de motivos, que Telma é nome de professora de matemática, mas essa era de geografia mesmo, aliás acho que pouco deveria saber sobre a fórmula de Bhaskara ou Teorema de Pitágoras. Em relação ao nome Marinalva, não sei, nunca o relacionei com nada.
Mas, o importante não é o nome ou com o que estão relacionados, mas que ambas falavam sobre a água.
Telma dizia que o planeta Terra é composto de 2/3 de água e eu, como um pentelho de primeira categoria, dizia: “Se tem mais água porque o planeta não é chamado de Planeta Água ao invés de Planeta terra?” - a professora dava um leve sorriso com o canto dos lábios e ficava por isso mesmo.
Marinalva dizia da importância da água para a remissão dos pecados, que João Baptista, que comia gafanhotos, foi o primeiro profeta Neo Testamentário a adotar essa prática, aliás batizou até Jesus, depois de certa relutância, pois não se achava digno de tal.
E agora ocorreu-me Jorge Bem “Água de beber, água de benzer, água de banhar”
Pois bem:
97,50% da água que existe no planeta é salgada, imprópria para consumo (a não ser que se faça uma dessanilização, o que é caro pra burro), os outros 2,50% é água doce.
Desses 2,50% apenas 0,007 é própria para o consumo, pois o restante, os 2,493%, está localizada na regiões polares ou subterrâneas.
Esses 0,007% está dividido de uma forma onde apenas 8% é de uso individual (clubes, hospitais, residências, escritórios e outros), o restante está dividido entre agricultura e industria. O maior problema é que a demanda, o crescimento populacional, está crescendo pra caramba e a água do Planeta está diminuindo.
Uma informação: Mais de 3 milhões de crianças morrem anualmente, de diarréia, por falta de água potável e infra-estrutura sanitária.
Já há quem diga, e não são poucos, que a próxima guerra será por causa da água. Esses dizem isso não por serem profetas apocalípticos, mas sim por se basearem nessas estatísticas citadas.
Resta uma conclusão sensata, que é óbvia: a maneira mais segura de evitar disputa em torno da água é, a partir de já, não desperdiçá-la.
Enquanto isso o homem gasta uma nota preta, vai à Lua e descobre que lá existe água, como se isso causasse, à primeira vista, algum impacto na vida dos que não tem o que comer e o que beber.
E como não bastasse esquece de seu próximo; mente, corrompe, mata e rouba.
Talvez tenha se esquecido das aulas da professora Telma, ou então não conhecido, a água que falava a professora Marinalva: água que foi usada por Baptista, que não se achou digno de mergulhar Yehoshua no rio Jordão, que nos ensinou que o maior mandamento de todos é amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como se fosse a si mesmo, pois todo o mais nos seria acrescentado.
Dados: World Resources Institute, ONU
Anderson
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