Quando começaram as privatizações, muitos desavisados, ouvindo os argumentos governistas, pensaram: agora a concorrência vai possibilitar todo mundo ter telefone e vamos gastar menos também. Agora, têm que fechar a boca. Falar ficou muito mais caro.
"Os preços administrados responderam por um terço da inflação nos últimos 10 anos. O Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) acumulou alta de 145,01% entre julho de 1994, início do real, e junho deste ano. A tarifa de telefonia fixa, cujos serviços foram privatizados neste período, foi a campeã de reajuste e acumula alta de 611,03% no período, a frente apenas dos aluguéis, que tiveram reajuste de 544,1%". (ÉPOCA, 05/07/2004).
Os que defendem a privatização não levam em conta que empresa privada visa a lucros, mais lucros, mais, mais e mais e o fazem o quanto possível. Daí o engano em pensar que privatização diminua os custos.
E o que agrava a questão é que, no desejo de privatizar, os governos têm aumentado muito também as tarifas públicas e deteriorado os serviços.
Não errou de todo quem disse que o resultado das privatizações calaria as bocas dos opositores. Pelo menos na hora de telefonar, sim, não só as bocas opositoras, como também as defensoras desse procedimento desastroso.
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