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cronicas-->Despedida -- 29/09/2001 - 01:03 (Carlos Delphim Nogueira da Gama Neto.) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Jamais!



Não,



Nunca...







Permita que, a vergonha, a preguiça, o comodismo, a falta de tempo ou qualquer outro fator lhe impeça de dizer o que sente.

Se forem palavras duras, admoestações, expresse-as, alivie seu coração e perdoe.

Porém, se as palavras ou os sentimentos a serem expressos, forem de amor, com muito mais razão, você deve permitir que extravasem.

O tempo não espera por você e, lá dos "céus" não avisam nada, simplesmente cumprem, à risca o que está escrito.

Portanto, se tiver que gritar grite, se tiver que dizer que ama, faça-o mas, que seja agora; o amanhã não espera pela sua indecisão.

Escrevo e a chuva fina cai, silenciosa. Talvez, para que o meu coração, em torvelinho, não seja interrompido em sua dor e minha mente não se perca nos meandros dos pensamentos ou dos sentimentos.

Cheguei, de viagem, anteontem. Cheguei cansado, com muitas coisas por resolver. Nada que fosse inadiável mas, acabei protelando a ida, contrariei a minha intuição e o meu desejo... Agora é tarde!

Ontem, também, estive muito ocupado. Hoje, porém, me sobra tempo para sentir tristeza, para permitir que as saudades tomem conta de meu coração e as lágrimas rolem pelo meu rosto, enquanto escrevo estas poucas linhas, em despedida.

Acordei cedo, me espreguicei, na rede. Atentei para o fato de ter dormido como uma pedra; os braços cruzados, ao deitar, ainda estavam assim quando despertei, com aquele peso, físico, no peito.

Pouco a pouco, a tristeza foi tomando conta de mim, sem mais, nem porquê, e aquilo me incomodava. Jamais aceito que isso aconteça, sem que haja razão. Não acho justo permitir que um sentimento, que não seja de alegria e felicidade, se instale no peito, sem direito. Mas, não havia como afasta-lo, fui ficando, matutando e acabei me levantando meio estrovinhado, ainda, umas duas horas mais tarde e sem respostas.

Depois de um cafezinho, um passar de olhos pelo jornal do dia; já faz duas semanas que não os folheio.

Lá pelo meio do jornal, num quase pé de página, uma nota de falecimento; um artista plástico...Retorno, afinal eu conheço muitos deles...

Vou sentir muitas saudades e vocês também, de seus desenhos satíricos, bem feitos, com muito humor e carinho.

Dizia a nota: Faleceu Vittorio Andrés Queirolo Venegas, ontem, aos 63 anos, artista plástico...

Isso mesmo! Havia sido sepultado às 08,30, da manhã de hoje, meu amigo, companheiro de muitos e longos papos, de cafezinhos, de olhares vagantes pelos pores de sol e pelas folhas balançadas pela brisa, à beira mar santista.

É! Partiu, sem ao menos se despedir, o meu amigo "Queirolito" ou "Don Vittorio", como eu o tratava, dependendo do momento e do estado de espírito.

Chega de lágrimas!

Vou me sentar, naquela mesma mesa à beira mar e, ainda que, com este frio, esta garoa, tomar um chopp e me despedir do velho amigo e companheiro.

Com toda a certeza não estarei sozinho!

Carlos Gama.
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