Prefácio : Se tiver raiva dentro de ti , ache-a , analise-a , cure-a , sane-a , corrija as raivas semeadas , ou humilde-se e empobreça para sempre.
Que provem de onde veio a raiva ?
Que provem para onde ela leva ?
Que provem que excesso de raiva não é falta de amor ?
Que provem que a raiva não há um princípio de ódio , por pequeno que seja ?
Que provem o quanto de ódio há no mundo ?
Que digam o quanto de amor será o suficiente para convertê-los ?
Que provem que o ódio não nascera da raiva ?
Que provem que a miséria não veio da raiva de alguém ?
Que provem que a injustiça não veio da raiva arrogante de algum ensinador ?
Que provem que o mundo não acabará em ódio ?
Que provem com mais carnificinas para provar o quanto de amor há nas pessoas ?
Que provem que o pecado veio da maça e não da essência do homem ?
Que provem se há beleza e amor atrás do ódio ?
Que provem que não somos quase iguais aos animais irracionais , nos quais agem por instinto e raiva à concorrência , seja ela qual for ?
Que provem quem tem mais culpa , o ensinador da raiva ou o propagador ?
Que provem que até o estágio final da raiva , o ódio , o dono nela não semeou sementes de ódio em dezenas de plantações ociosas alheias ?
Que provem que não semeiam raiva nos corações de nossas futuras crianças ?
Que provem que nossos futuros ódios e misérias não estão nessas sementes presentes ?
Que provem o quanto de raiva pregou o mais amado ?
Que provem o quanto de raiva às indiferenças as religiões pregam ?
Que provem que alguns tipos de raiva nasceram do vaso do diferente , e não do vaso do respeito a diferença ?
Que provem que há amor o suficiente em quem guarda enrustida a raiva a algum tipo de diferença ?
Que provem que na arte bem empregada , na cultura bem ensinada , na educação bem feita , nos salários dignos a todos cidadãos ,nos direitos civis respeitados e igualitários à todos , à justica imparcial e justa , na respeitabilidade constitucional , na empregabilidade da moral e ética , e portante , que provem onde há espaço para o nascimento do ódio corrompedor neste vaso de valores ?
Que provem que vale mais a pena cultivar a raiva do que esperança ?
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Me despeço na recusa em aceitar a irrelevância histórica que dão à infância humana. Pode ser na literatuda ou no conceito clínico dos mais sórdidos , porém nunca irrelevante , uma preocupação doentia pelos aspectos da infância , como princípio e fim do destino humano.
Nenhuma atitude destas citadas nas perguntas acima pode conduzir , no devido tempo , ao bom caminho de uma nova verdade. A corrente dos acontecimentos mundiais , em toda sua legalidade histórica, é alimentada pelas energias e pensamentos de sucessivas gerações . E cada geração traz à corrente histórica de sua versão particular de um conflito inescapável ; o conflito com a ‘’pré-história ‘’ individual . Estes conflitos - raiva , ódio , miséria , negligência , vilolência , falta de amor , e outros - ajudam a conduzir o homem para coisas assombrosas que realiza , e nele está também sua destruição. É a condição de ser da humanidade , e a causa primeira de sua infinita desumanidade.
Bruno César Artuzo 30/06/2004 bcaultradom@homail.com