Em abril de 2000, começou todo aquele bate-boca, com troca de acusações, o escambau, entre o então presidente do Senado, o coronel painho Antônio Carlos Magalhães, e o Jader Barbalho.
Águas rolaram, ACM falou o que pôde e o que não pôde, mas não conseguiu impedir que Jader fosse eleito à presidência do Senado, em fevereiro de 2001, com o apoio, aliás, do Fernando Henrique Cardoso – pelo jeito FHC foi condescendente, impossível que ele não soubesse de nada, mas isso é outra questão.
Jader sorriu, ascendeu como um foguete, pisou em ACM e em outros cupinchas deste; esqueceu-se que quanto maior a altura, maior a queda.
Passa-se um tempo e ACM é acusado de fraudar o painel eletrônico – cassação de Luis Estevão, outro canalha.
O painho, sem dó, meteu a boca no trambone, quase falou mal da própria mãe.
Desde antes a imprensa, principalmente a Veja, a Isto É, já estavam excitadas para mostrar quem de fato era o Jader (mostrando vários documentos, incriminando-o, comprovações praticamente irrefutáveis, no caso Banpará, Sudam, TDAs)
A águas continuaram a rolar, Jader não segura mais a bronca e resolve sair de licenca, em julho, da presidência da Casa.
Um mês depois o Barbalhão não consegue provar sua inocência, em depoimento no Conselho de Ética.
Em 12 de Setembro, um dia após o atentado terrorista ao World Trade Center, o relatório da comissão de Ética é lido e o que era quase irrefutável, passou a ser totalmente irrefutável – Jader canalha fora pêgo.
Ontem, dia 19/09, foi o dia de sua renúncia, disse que apenas o fez “em respeito à instituição que presido por livre escolha de meus companheiros senadores, que em mim reconheceram qualidades para o cargo, tanto que me honro de estar exercendo, e em retribuição à confiança que em mim depositaram que me afasto da presidência do Senado Federal”.
Francamente!
É, mesmo que às vezes, existe justiça.
Exemplos como o de Collor, Luis Estevão, Lalau, ACM e Jader fazem, no mínimo, que outros picaretas pensem duas vezes antes de lesar o bolso alheio, ou seja, o nosso suado dinheirinho.
Agora só falta o Maluf, e outros que ainda não foram manifestos - acredito que ainda há muito por fazer.
Agora, ocorreu-me uma coisa: “Não era ao lado de Maluf que nosso presidente FHC estava ao lado, ombro a ombro, numa dessas eleições da vida?”
Era, mas isso é outra questão.
Anderson
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