"Você parece não saber a dimensão de teu, digamos... capricho. Aquele homem. Quer dizer, ele é... negróide! Sabes o significado? Trata-se de uma questão ética, racial... Até religiosa!: repelindo os negros, estaremos lutando pela obra de Deus."
"Pela obra de Deus , como a de teus amigos norte-americanos, daquela sociedade assassina de negros, sei."
"Tentarei explicar. Veja, Magda, o Brasil é o único país do mundo convivendo dessa maneira promíscua com essa raça! E esse tipo de relacionamento indiscriminado tem provocado a desconsideração das nações brancas, justificando todo tipo de boicote internacional... De que adiantam os esforços para se livrar desses remanescentes de escravos, se pessoas egoístas como você, só para se divertir... Veja a América do Norte, com o mesmo azar do Brasil, a supremacia branca conserva aquela escória afastada, mantendo-a no seus devidos... cepos! Magda, vê se me entende!"
"Pois é para lá que o moço de fino trato devia ir. Para a América branca!"
"Magda. Você não está me levando a sério."
"A sério? E como poderia? A cor do pau de meu amante! Só me faltava essa!"
Fragmento de capitulo do romance A Cena Muda |
