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Artigos-->In Money We Trust -- 20/07/2004 - 15:13 (Ricardo de Barros Bonchristiani Ferreira) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Ultimamente, a publicidade de acontecimentos embrutecedores ligados ao terrorismo estão impedindo que a comunidade mundial aproveite as noites com um profundo sono reparador, sem pesadelos. É impossível deixar-se navegar nas ondas do inconsciente quando este está impregnado de imagens e sons gélidos, que petrificam o coração e a mente.



Todos os meses, nas regiões orientais, algum centro de convívio social é reduzido a cinzas enquanto estava lotado de freqüentadores. Membros e sangue são espalhados. Todas as semanas, algum refém de algum país é ameaçado, e na maioria, decapitado frente às câmeras de vídeo.



As imagens passam a ser divulgados na Internet e nas emissoras de TV. Todos os dias um carro ou homem-bomba explode matando quem estava à volta.



Geralmente, os reféms que acabam sendo decapitados, diga-se de passagem com ferramentas inapropriadas para uma execução "eficiente" e indolor (são facas cegas, que demoram para cortar os tecidos), têm sua vida condicionada a alguma manobra militar, como a retirada das tropas de um determinado país (o de origem do refém) do território de um outro país.



O protocolo da diplomacia bélica impõe que não se pode negociar com terroristas, pois assim, eles sairiam fortalecidos, percebendo que suas exigências podem de fato serem cumpridas. Mas e o refém? Deixem morrer? Dane-se a família dele? Pouco importa?



Pois recentemente todos os reféns cujo tratamento de seu país foi "Não negociamos", foram degolados. Vidas em prol de algo que nem mesmo seu país sabe ao certo. Liberdade do outro? Monopólio da reconstrução? Proximidade do controle do petróleo?



Mas um país agiu diferente, não por seus belos exemplos de soberania e democracia, muito menos por seu amor a cada cidadão, mas por receio de uma revolta popular. As Filipinas negociaram com terroristas.



Um dia após as Filipinas completarem a retirada de suas tropas do Iraque, o caminhoneiro filipino Angelo de la Cruz, 46, seqüestrado no começo de julho por rebeldes, foi libertado no Iraque. "Lamentamos muito a decisão do governo filipino", foi o que disse o vice-secretário de Estado americano, Richard Armitage.



Ótimo. Como defensores e nação benfeitora da humanidade, os EUA lamentam que um homem não foi friamente decepado. O que altera o cenário de insegurança e anarquia iraquiana a presença de 50 soldados filipinos?



As Filipinas são pró Estados Unidos. Mas por temer uma avalanche social e um movimento contra seu governo, Gloria Arroyo decidiu fazer a vontade dos terroristas. O caminhoneiro não foi degolado e mandou avisar à família "Estou voltando pra casa".



O que isso significa? Todos os sequestradores devem ser atendidos? Não. Se fossem bons negociadores estariam na política. O governo filipino arriscou, podiam ter executado o refém mesmo com a saída das tropas. Mas resolveu tentar. Deu certo. A vida de um filipino e de muitos outros foi poupada.



Resta aos EUA ao menos considerarem outras possibilidades além de repetir "Não negociamos". Pois essa atitude sim é terrorismo, e do pior tipo, o contra seu próprio povo. As imagens das mortes são exaustivamente divulgadas para o mundo se petrificar com a frieza dos carrascos árabes. Mas em silêncio, o mundo assiste ao terrorismo canibal americano.



E assim será enquanto as nações que podem fazer a diferença preferem manter seus interesses financeiros acima de toda e qualquer vida, seja a de seus próprios soldados, seja a dos outros.



Os sons e imagens das mortes no inconsciente coletivo parece ser insuficiente para um questionamento. O dinheiro ensangüentado lucrado com a guerra menos ainda. Suficiente mesmo é o lema "In God We Trust", corroído. O praticado é "In Money We Trust".
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