Em nosso país há muitas boas intenções, até bastantes ações, e poucas consecuções. Por quê? Poucos lutam pelo bem comum, mas muitos, ou uns poderosos promovem o sucesso de parte com prejuízo do todo.



Diante das ações da Organização Mundial de Saúde visando à proteção pública contra os males do tabaco, surgem aqui e ali alguns tentando implementar esses programas em defesa da nossa saúde e do nosso direito de respirar e buscando alternativas à economia tabaqueira, que produz receita pública equivalente a mais ou menos a metade do prejuízo causado.



Por outro lado, alguns, que não se preocupam com os estragos, criam obstáculos e/ou favorecem o lado oposto.



Recentemente, alguns do âmbito legislativo conseguiram protelar o programa de combate ao tabaco, no intuito de atender aos agente fumageiros. Além disso, um grande agente econômico de domínio estatal tem programa para ampliação da produção de fumo.



"Após tramitar por 10 meses na Câmara dos Deputados, a Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco foi aprovada pelos Deputados Federais em 14 de maio de 2004, na forma do Projeto de Decreto Legislativo n.º 1.281/2004, seguindo então para aprovação no Senado Federal.



O Projeto foi recebido no Senado em 21 de maio de 2004, recebendo então a numeração PDS 604/2004, e encaminhado para a Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional desta Casa para análise pelo relator, o Senador Fernando Bezerra.



Em 23 de junho, a Senadora Ideli Salvatti elaborou um requerimento de urgência com o objetivo de acelerar a tramitação do texto da Convenção no Senado. Porém, a Senadora desistiu do requerimento, atendendo um pedido do Senador Sérgio Zambiasi, que ponderou a questão dos fumicultores do Rio Grande do Sul, após receber em seu gabinete o prefeito de Santa Cruz do Sul, o presidente da AFUBRA e a Deputada Federal Kelly Moraes". Globalink - 30 de junho de 2004 - Terra/Notícias - 02 de julho de 2004).



Posteriormente, fomos informados de que o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) tem um programa de ajuda aos fumicultores:



"O BNDES vai financiar R$ 321 milhões para 28 mil pequenos produtores de fumo do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.



O recurso permitirá a construção de 15,742 mil estufas, 11,113 mil paióis e 6,537 mil galpões, além de reforma e ampliação de estruturas que já existem.



A operação faz parte do "Programa de apoio aos fumicultores da região Sul" e beneficia produtores que trabalham em sistema de parceria com oito empresas" Valor Econômico – SP,11/06/2004,Agronegócios).



Tal qual o caso do crime organizado, que é favorecido pelos próprios policiais que têm a função de combatê-lo, a luta contra tabagismo, que devia ter a participação de todos os setores estatais, está sendo enfraquecida por um agente econômico nacional, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social. Que paradoxo! São coisas dessa natureza que fazem as coisas pararem no nosso país.

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