No silêncio do deserto medonho,
uma explosão clareia a noite morta,
e estendidos ao chão lixos suplicam
ao Criador respostas para a razão de
estarem morrendo num campo de batalha,
onde água se mistura com sangue,
e o pão é a carne do próximo.
No silêncio da bomba que chega,
já surdos pela impaciência,
esperam o abandono do mundo.;
e as almas em filas no deserto
imploram paz:
aos homens que do amor nasceram e
cresceram.; e agora se matam.
©Balsa Melo
17-5-82
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