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Artigos-->FELIX CONTRA NEGROS, MULHERES E HOMOSSEXUAIS: UMA MELHORIA -- 20/09/2001 - 15:46 (Ayra on) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Não irei apontar as características de intolerância aos negros, índios, homossexuais e mulheres do autor. No lugar disso eu vou ajuda-lo em seu texto buscando resolver alguns problemas de coerência.



Em primeiro lugar, a demarcação de terras indígenas não tem a finalidade de “confinar os índios em seu estado primitivo”. Na sociedade tão exaltada neste ensaio em momento nenhum foi apresentada a dificuldade de fazer parte da mesma. O autor não levou em consideração 500 de sociedade sendo imposta a um povo que jamais quis ter a própria cultura engolida.



Apregoar acerca da entrada do índio a sociedade é no mínimo inocência, já que esses podem fazer opção pela cidadania brasileira. Mas será que é isso realmente que é quisto pelos índios do Brasil? Estar na “sociedade” é realmente o paraíso que se prega? Um senhor chamado Galdino não iria concordar, afinal de contas filhos ricos da sociedade não tiveram problemas ao demonstrar o seu desprezo por aqueles que não participam desta maravilhosa criação do homem.





“Com respeito à África do Sul, a comunidade internacional sempre defendeu o acesso dos negros aos mesmos direitos que os brancos tinham no país.” Isso mesmo, defesa dos mesmos direitos aos negros. A intenção de grupos de valorização a raça negra, grupos de orgulho da raça negra, grupos de mulheres negras, chamados geralmente de Movimento negro é exatamente a busca da igualdade a que tem direitos.

Nelson Mandela não seria ninguém caso houvesse sido aprisionado em um bantustão? Pode ser, e o que seria Nelson Mandela se nascesse no Borel, na Rocinha, Na CDD (Cidade de Deus)?

Um equívoco neste ensaio mostrou-se mais evidente. Os grupos de valorização das minorias (1) não buscam sair da sociedade em que vivem para criar uma sociedade melhor para si. Seus objetivos são forçar as melhorias necessárias para a introdução destes a essa sociedade que os exclui. O negro, saído da senzala da escravidão e preso ao “bantustão” da favela é um indivíduo que deseja ter os mesmos direitos que a minoria que os discrimina; As mulheres, maioria absoluta em quantidade no Brasil e no mundo, deseja igualdade de salários, igualdade de competência e direito sobre algo que, por mais incrível que possa parecer ela ainda não tem, o direito sob o próprio corpo (não apenas para fazer xixi ou cuidar da própria beleza como foi defendido neste texto); Os homossexuais desejam ser aceitos como indivíduos e não como aberrações como geralmente os trata esta tão magnífica sociedade, ter seus direitos assegurados quanto, assim como os hetorossexuais, ao casamento, criação de seus filhos sejam eles adotados ou gerados nos ventres das mães heterossexuais (barrigas de aluguel no caso de gays) ou lésbicas, direito a introdução de amparo ao companheiro (a) cuja parte da vida foi compartilhada; O Movimento dos Sem Terra, dos Sem Teto e outros somente mostram como o ser humano é tratado nesta sociedade fantástica que é defendida neste seu texto. Rancor esquerdista? Porque? Quem nos oprime é a direita? Caso seja, que comparação ruim nós temos dos Americanos do Norte, um povo tão segregacionista e desumano.



Em momento algum do ensaio analisado pode ser vislumbrada a forma de introdução destes elementos a esta tão bela forma de vida social. O que parece é que tudo está bem e esses elementos querem, a todo custo, acabar com a beleza deste paraíso. Paraíso para poucos, eu garanto. O próprio autor do texto deve lembrar que a classe militar necessitou se “mobilizar” contra a sociedade em que vivia na época da “revolta da chibata”. Fácil falar em grupos infelizes vivendo fora dos “bantustões” criados pela sociedade.



No caso das comunidades remanescentes de quilombos, primeiro movimento de negro registrado na história do Brasil, o autor deixa passar o fato de que estes indivíduos têm uma cultura própria e na se sentem “primitivos” (esta visão de primitivos e civilizados é apenas unilateral).



Os sociólogos marxistas são acusados de criar números pelo autor no trecho a seguir:

“Sem constrangimento algum, os sociólogos da dialética marxista inventam números. Dizem que no Brasil havia em torno de 5 milhões de índios em 1500. Um número muito redondo e, portanto, bastante questionável, já que Cabral não trouxe nenhuma equipe para fazer o recenceamento (sic!!!!!!!!!).” Sim, Cabral não trouxe recenseadores, mas como o próprio autor afirma “havia em torno de 5 milhões de índios em 1500”. Em torno é uma aproximação, não quer dizer que os dados são mentirosos só porque foi feita uma projeção. O autor tenta defender a inexistência de um extermínio na inocente afirmação de que “comprova que 45 milhões de brasileiros possuem sangue indígena”. Ora senhor, isso só vem comprovar o extermínio cultural, a violência e estupros ocorridos em tempos passados. O fato de 45 milhões de brasileiros terem sangue indígena não diz, em momento nenhum que estes são índios. Sendo assim, onde os índios estão?



Apenas para elucidar a diferença de pensamento exposta em meu texto vou usar o exemplo dado pelo senhor Félix: Digamos que Duque de Caxias seja um herói nacional (ele é para muitos brasileiros). Ainda marquês, comandou as tropas brasileiras. Além da Laguna, outros episódios de destaque foram: Batalha Naval de Riachuelo, Batalha de Tuiuti (a maior da América Latina) e Dezembrada. A guerra terminou em 1870, com a derrota paraguaia. Quantos desses heróis teve de comandar para ter tal título? 1680 homens (entre eles negros na sua maioria) restando um número de 700 homens (meio redondo não é, sei que não gosta assim). Pois bem, nós vencemos. Mas quantos o Marquês Deodoro teve que matar para ser Duque e herói nacional? Seria ele um assassino ou heroi? Outros fizeram o mesmo e foram chamados pelo senhor de assassinos, o Duque se enquadraria? Mas ele fez isso pela pátria. Tudo pode ser feito pela pátria, não é. Incluindo estupro de índias, defendido por outro, não mais digno, senhor de nossas forças armadas.



Um breve parágrafo pra falar sobre o Pelé. Ele se deu bem na vida, não é? Ele é famoso no mundo todo não é? Ele é brasileiro. O negro só pode se dar bem no futebol? Esse tipo de esteriótipo é negligente e racista.



Um parágrafo para o Grupo Raça Negra. Ele não é um movimento negro, é um grupo de cantores cujo nome exalta a raça negra. Portanto acredito que se o senhor quiser montar um grupo de pagode com o nome Raça Ariana, terá precedentes. No que diz respeito a criação de um movimento este não está aberto apenas aos negros, pobres, mulheres e gays. Todo aquele que se sentir menosprezado pela tal sociedade (seu "fantástico mundo de boby") pode vir a se agrupar e protestar. Mas o que teria para protestar? Falta de caviar? Talvez o sucateamento do ensino particular.



Um parágrafo sobre o Tiririca. Inocente o cacete. “Nega fedorenta” é racismo.



Concluo solicitando sua reflexão. Segundo seu texto os discriminados são assim porque querem ser, moram em favelas porque querem, não tem teto ou terra porque não fizem nada para isso e recebem menos dinheiro porque assim deve ser em sua condição de mulher. Ou seja, são discriminados porque assim devem ser. Assim criar-se-á outra “etnia”, a dos militares. Sei bem que tal modo de vida, cheio de regras e disciplinas não são tolerados por muitos. Pense na frase que pode vir a ser dita por alguém: “não gosto de militares” ou “militar por que, eu estudei” ou “tinha que ser milico”. Isso é fruto de uma sociedade intolerante e que tem que ser mudada. Seu ensaio de nada ajuda na mudança e se ele for verdade justifica a intolerância civil aos militares.

No mais espero ter ajudado em seu ensaio machista, homofóbico, segregacionista, burocrático de idéias, retrógrado e muito engraçado em alguns momentos.



(1) Termo geralmente usado mesmo quando quantitativamente os indivíduos mostram-se uma maioria. Usa – se geralmente minoria para aqueles cujas oportunidades ainda estão em via de conquista.

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