Quando você me deixar,
se me deixar,
Quero um dia de sol,
Com seus dedos quentes,
Escorrendo-me pelo corpo.
E quero o vento,
Uma brisa em espaços
Que me respire e me arrebata
no seu fôlego,
Por outros continentes
E quero a água,
violenta, fria, palpitante,
Possuindo-me a alma,
A transbordar nos poros
Se você meu amor não me resguardar
Em seu abraço,
E dar-me sensação
Do que possuo e pertenço,
Quero pegar a dor
Palmo a palmo
Traço a traço
Num dia esfuziante de azul
Com o mar na boca e nos braços
Quando você me deixar,
se me deixar
Eu que renasço a cada momento,
Criando íntimos laços,
Por toda natureza
Eu que perduro no eterno
Da intensidade
Quero morrer assim.
Os olhos na distância
No entendimento
E o corpo penetrado no sofrer
Passo a passo
Meu vazio transformando em
Desilusão, dentro de mim...
(Paulo Fuentes)
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