E ele sempre ia a procura de Deus.
Ora buscava no sol, ora buscava no mar.
Tentava encontra-Lo nos sonhos seus.
Nos repentinos versos que acabara de criar.
E sentia-se quase infeliz, o poeta.
Tanta busca em vão, tanta procura a esmo.
E ao ver seu reflexo trêmulo no espelho.
Entendeu que Deus estava em seu coração.
Que Deus estava nele mesmo.
De repente viu sua vida diante dos olhos.
Seus momentos, seu passado.
Se fora sua menina que também versos escrevia.
Por um instante sentiu-se roubado.
E por fim, entendeu que feliz outra vez, jamais seria.
E gritou alto, gritou a Deus, gritou àquele que tanto buscava:
-Por que meu Deus? Por que me tiraste aquela que tanto adorava?
E Deus fechou também os seus olhos.
E com eles se foram também os seus sonhos, seus versos.
Também se perderam seus anseios, seus medos.
Homem e menina estão novamente juntos.
Talvez agora, a procura de outros brinquedos...
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