Eu num sô hipocondrico
Também num sô atrevido
Mas sou muito precavido
Por isso ficam de mexerico
Dizendo que eu, Nico
Vô a farmaça com brevidade
Sei o nome dos remédio
Mas o balconista com tédio
Diz não ter novidade.
No hospitar bato cartão
Eu num tenho artenativa
Pois no cantar da patativa
No posto vou até o barcão
Escuto a atendente então
Dizer que vaga não há
Retruco que assim não dá
E vou tentar uma internação.
Um dia acordei desesperado
Na garganta era terriver a dor
Na mergença procurei o dotor
Com vontade de ficar curado
Fiquei foi decepcionado
O Homi com pose de vizir
Nem pra minha cara oiô
Uma receita me entregô
E fui tomar bezetacir.
Mas pior foi o que passei
Foram muitas condução
Quase que larguei de mão
Era fila que não tinha fim
Meu Deus ,que pena de mim
Tinha gente deitada no chão
Era grande o sofrimento
Me parecia um tormento
Ai que dor no coração.
Médico, enfermeira, atendente
Corriam para tudo que é lado
E quem precisa de cuidado
Tem que ser paciente
Tenho pena do doente
Que precisa de hospitar
Ele fica a mercê da dor
Parece uma casa de horror
E não pode se indignar
Dispois de muito penar
De ver gente boa sofrê
Sem intendê o porquê
Eu fico aqui a matutá
Essa conta quem vai pagá ?
Os rico são bem atendido
Com dignidade e respeito
Pros pobre não tem jeito
Quando isso será finido?
Dinheiro vale mais que gente
É assim o nosso sistema
Não adianta sentir pena
Temos que ser valente
Lutar com unhas e dente
Para que haja mudança
Socê não tiver priguiça
Di lutar pela justiça
Iguardade a gente arcança.