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Artigos-->Guaraná -- 31/07/2004 - 20:32 (Don Cuervo) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Guaraná





“O QUE vocês gostariam de beber?”, pergunta a gentil anfitriã. “Café, chá ou guaraná?” Essa é uma pergunta comum em reuniões sociais no Brasil, mas os convidados estrangeiros parecem perplexos. Assim, a anfitriã lhes mostra a garrafa com um rótulo que traz a gravura de três frutinhas vermelhas. Aliviados, os convidados se dão conta de que o guaraná é um refrigerante, não algum tipo de anfíbio exótico.



Se você não vive no Brasil, é possível que nunca tenha ouvido falar do guaraná. Ao passo que o café e o chá são conhecidos no mundo todo, o guaraná é muito popular no Brasil. Mas os três têm algo em comum: contêm cafeína. Aliás, um copo de guaraná pode ter até três vezes mais cafeína do que a mesma quantidade de café! Curiosos, os convidados decidem tomar guaraná. Enquanto degustam a refrescante bebida de sabor levemente adstringente, mas agradável, ouvem com interesse a história do guaraná.



Ficam sabendo que o guaraná é uma trepadeira arbustiva originária da bacia Amazônica. Cresce naturalmente em torno das cidades de Maués e Parintins, e em outras partes do Estado do Amazonas. Mas é também cultivado em outros estados do Brasil, como Pará, Goiás e Mato Grosso.



A planta pode chegar a 10 metros de altura. Seus ramos escuros sustentam as folhas ovaladas com bordas dentadas, e cachos de flores de pedúnculos curtos. Começa a dar fruto no seu terceiro ano, em janeiro e fevereiro. Um arbusto de cinco anos produz cerca de três quilos de frutos.



O fruto do guaraná, de cor vermelho-vivo em cima e amarelo embaixo, é mais ou menos do tamanho de uma uva, e contém uma ou duas sementes lisas e ovaladas. No preparo da pasta de guaraná, as sementes são maceradas para separar o arilo polposo. Em seguida são lavadas, dessecadas, torradas e trituradas. Depois o pó, que contém cafeína, é misturado com água, e talvez com cacau ou mandioca.



Bem antes de os colonizadores do Brasil ouvirem falar do guaraná, os índios já prezavam seu fruto. Para produzir uma bebida de qualidade superior, escolhiam apenas frutos maduros, não os misturando com frutos verdes ou com os fermentados. Daí as sementes eram trituradas e misturadas com água para formar uma pasta. Esta era moldada em forma de bastões de uns 15 centímetros de comprimento por 3 de diâmetro, e deixados secar até ficarem duros como pedra — uma forma primitiva de conservação em clima quente e úmido. Mais tarde, os bastões de guaraná secos eram raspados com a língua de um grande peixe chamado pirarucu. O pó era então misturado com água ou com suco de fruta.



Os índios brasileiros prezavam o guaraná por seus valores terapêuticos. Os pajés o receitavam em forma de beberagens diversas, e toda a tribo o consumia como remédio para o cansaço quando o trabalho era pesado e prolongado.



Por volta de 1816, o guaraná chegou à França. Mais tarde, em 1826, o botânico alemão Karl von Martius pediu a seu irmão, Theodore, para fazer a primeira análise química do fruto. Mas o guaraná não se popularizou na Europa porque os terapeutas ali achavam que poderia muito bem ser substituído por produtos mais baratos.



Entretanto, no Brasil, cada vez mais pessoas consideravam o guaraná uma panacéia. Em 1905, o médico brasileiro Luis Pereira Barreto louvou como um dos maiores benfeitores da humanidade o índio que primeiro experimentou o guaraná e pôde avaliar os seus bons efeitos sobre o organismo.



Os defensores do guaraná ainda hoje o prezam muito. Segundo alguns, ele não é apenas um tônico, mas também um calmante para o coração e um remédio eficaz para combater a arteriosclerose (endurecimento das artérias). Tem-se também afirmado que ajuda a curar a diarréia, a disenteria e a enxaqueca, bem como a nevralgia (dor nos nervos). Resta ver se a medicina comprovará todas essas alegadas propriedades do guaraná. De qualquer forma, desde 1929, o guaraná tem sido um refrigerante popular no Brasil.



Os convidados acharam essa consideração bastante esclarecedora. “Querem mais guaraná?”, pergunta a anfitriã. Unanimemente balançam a cabeça que sim. E você? Quer um pouco de guaraná também?





Don Cuervo & Correspondente





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