Vem Marília.
Dindinha soprou-me a Bahia
e desculpe, Marília, o não ser original
- é que eu, neguinha, sou rústico e pobre.
Benvinda, querida, à luz e à razão.
De onde, Marília, tu vens tão limpinha?
Teus olhos, teu rosto e o teu coração...
E eu tão pequeno, pequena Marília,
me tomo o direito e lhe dou boas vindas,
combino palavras, mas não sei canção.
Dindinha, sorria.
Aqui tem estrela,
tem verde, lilás, rosa, amarelo e azul.
E já vou contar-te um segredo, menina:
tens uma caixinha na palma da mão.
Espero pra ver-te o sorriso, querida,
e tudo o que tenho te dou: poesia.
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