Usina de Letras
Usina de Letras
146 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62186 )

Cartas ( 21334)

Contos (13260)

Cordel (10449)

Cronicas (22532)

Discursos (3238)

Ensaios - (10351)

Erótico (13567)

Frases (50586)

Humor (20028)

Infantil (5426)

Infanto Juvenil (4759)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140793)

Redação (3302)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1959)

Textos Religiosos/Sermões (6184)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Poesias-->MUSA TRIUNFAL -- 22/02/2002 - 01:22 (denison_obras selecionadas) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Neste belo texto poético escrito há quinze anos atrás, tento, através de uma espécie de oração às Musas, demonstrar a fragilidade e a falta de pureza de outras artes que não a música. Cada manifestação do Homem é derrubada verso a verso até se crepuscular na Musa Triunfal. Até mesmo a poesia aqui é submetida à música.

É evidente que, com o passar dos anos, não concordo com a intenção do texto, entretanto fico admirado, até hoje, com a inspiração lírica a que fui atacado na adolescência, que, naturalmente, desembocou em Orlando, minha peça teatral totalmente em versos, cheia de beleza e poesia.



MUSA TRIUNFAL



* Belas Artes *

Como executa a Natureza Nua

Por esta forma o Homem, fruto desta, cria

Se há em tudo pigmentos, contornos e matizes cruas

A criatura, com massa, pincel e tubos, copia



Que há de puro nisto todavia

Se somente é admirado

Como sublime o resultado

O final de toda esta utopia



Se o processo da plástica criação

É a própria vida dinâmica nas etapas de composição

O que admiramos, pois, nas galerias,

Tomba no posteriori, o Já acabado

Destarte Croma, em tua arte há do Derrotado

Cultura Morto-vivo, onde o estático é deslumbrado

Para mim, lembra o Já dominado

D’onde o fluxo vívido passa lá distanciado



O mar, beleza oceânica, mal cabe em seus quadrados

Os pássaros, frágeis seres, em suas telas engaiolados

Não se ouvem canto nem movimento, já caçados

Capim, cabelos e pétalas pelo vento não balançados



O que te resta senão a imaginação e a grata intenção

Dos que, de tuas esculturas sepultadas, tentam extrair ação

Tu, Belas Artes, que deforma ou copia a forma para ser lida

Tu que fotografa o segundo e nisto homicida a vida



* Teatro *

Como executa a História nossa crua

Por esta forma o Homem, fruto desta, cria

Se há no quotidiano a realidade nua

A criatura, com gestos, retrata o dia-a-dia



Que há de puro nisso todavia

Se inupta da dança, não há expressão

Se inimiga do som, és incompreensão

Frequentemente pedir apelo à ousadia?



Se pede emprestado a palavra da Gramática

Se implora de agrado o ruído e a música

Se rouba o movimento da dança dramática

Não és arte sóbria, Cênes, eis bêbada e lúdica



O que há de genuinamente teu, secular perua?

O que, de instrumento próprio, utilizaste há mais de milênio?

Verdade – sabemos – a mímica ser coisa tua

Mas sabeis que não vives, oh, pobre deusa, só de silêncio



* Dança *

Como executa a mutação, em fases, da Lua

Por esta forma o Homem, fruto desta, cria

Se houvesse prova na essência atômica vibração sua

A criatura, resistindo à Gravidade, igual se moveria



Que há de puro nisto todavia

Se dança sem som é mímica

Se mover no Nada, anti-química

Destarte Dança, da música dá à luz a sua cria



O empréstimo do compasso resiste-lhe a existência

Se vacilar, és mero exercício, mera ginástica

Seria preciso o ritmo se extrair de sua essência

Para que tu te reveles autêntica, sem plástica



* Musa Triunfal *

Assim é com o cinema, a fotografia, a poesia

De toda cultura e imitação, a Musa tem sua melhor cria

A que não vive do resultado estático

Da movimentação movida de empréstimo

Ou do gesto que copia o ritmo alopático



Revela-se à vida a todo instante de forma dinâmica

Entrega-se sem perdas ao sentido alheio

Liberta e até aumenta qualquer elemento

Com a precisão de uma lâmina

Portanto não és fim, Musa, és meio



O mar tem espaço em tua matéria cheia

Os pássaros cantam, o capim se refresca

Nunca pede emprestado uma ferramenta alheia

E se renova nas cordas e sopros da orquestra



Sua veia é limpa, és forte como um corcel

Sua formosura está viva em cada instante de criação

Era nova e bela ainda enquanto papel

E mais atraente ainda tocada na sala em contemplação



És tu, Musa Triunfal, Sentido do ruído, sentido de minha vida.



&
61623.; Poesia de Denison, escrita há quinze anos atrás.













Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui