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Poesias-->ORGANISMOS URBANOS -- 22/02/2002 - 09:48 (Anderson Christofoletti) |
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ORGANISMOS URBANOS
Por todos os lados
O vento
Envolve
Os corpos
E não há sequer
Uma esmola de
Sentimento.;
Não há
Um tempo
Para a atenção
Perdida.
Organismos urbanos
Vomitam poéticas desconexas
Numa metrópole infectada.
Um grito anônimo explode
A sombra
Assentada
Sobre
O torpor pedernal.
Uma luz avassaladora
Devora as rédeas da manipulação.
Partem-se vidros:
Estilhaços de vida
Nos olhos da dissimulação.
Pelos enferrujados trilhos do metrô
Corre o sangue de um mamute em evolução
Que tempera veneno à arma de fogo.
Este filho de uma hipócrita
Seleção político-social
Carrega em si a indignação em débito,
A convergência de um silêncio fosco
Em gotas de orvalho salino
Sob as pálpebras
De um povo sem palavras.
Ele é a fétida ferida
Que arde aos olhos.
É a dor essencial
De uma raça que vive e sente.;
De uma espécie fadada
A ser crucificada
E coroada
De espinhos
Eternamente.
© Karina Pompeu Fauni
©Anderson Christofoletti
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