Usina de Letras
Usina de Letras
140 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62072 )

Cartas ( 21333)

Contos (13257)

Cordel (10446)

Cronicas (22535)

Discursos (3237)

Ensaios - (10301)

Erótico (13562)

Frases (50478)

Humor (20016)

Infantil (5407)

Infanto Juvenil (4744)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140761)

Redação (3296)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1958)

Textos Religiosos/Sermões (6163)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Artigos-->Voto, fábrica da mendicância (eleições 2004). -- 05/08/2004 - 12:52 (Vanderli Medeiros) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Voto, fábrica da mendicância (eleições 2004).

Por Vanderli Medeiros





Lutamos muitos para termos direito ao voto e assim poder escolher quem vai administrar os nossos impostos de forma a nos beneficiar com uma boa administração e, nos tornarmos cidadãos participantes e atuantes na administração do nosso patrimônio público.



Se antes o voto era um direito apenas dos grandes latifundiários, hoje ele é um direito de toda população, inclusive dos analfabetos. Contudo, essa conquista ainda não está condizente com o que deveria ser esse direito conquistado. Não nos utilizamos dessa conquista com segurança e maturidade.



Questiono-me: Se fossemos um povo realmente consciente de nossos direitos e deveres o voto precisava ser obrigatório? Por que somos obrigados a fazer aquilo que é de direito nosso e que foi motivo de muitas lutas e reivindicações por anos a fio?



Há países em que o voto é opcional e nem por isso os cidadãos desses paises deixam de ir as urnas escolher seu próximo governante.



O que os motiva a sair de casa e comparecerem as urnas de livre e espontânea vontade que não motiva o povo brasileiro?



Claro está, que somos obrigados a votar porque não temos consciência da importância de nosso voto, se tivéssemos, também iríamos as urnas sem precisar que nos obrigassem. Somos, pela lei, obrigados a exercer nossa cidadania porque se assim não fosse abdicaríamos dela e, quando menos percebêssemos estaríamos vivendo novamente no sistema colonial. E é por desconhecermos o valor dessa conquista que hoje vemos o voto virar mercadoria barata, sendo o responsável pelo surgimento da ‘fábrica da mendicância’.



No dia-a-dia da política o que presenciamos é a corrida pela venda e compra do voto! Algo que entristece a qualquer um que tem consciência do poder e da importância do voto consciente. Dói-nos a alma ver que essa importante conquista - que demorou em conseguirmos ter direito a ela - ser jogada na lata de lixo do descaso e da imoralidade social.



VOTAR é exercer a nossa cidadania plena, é ser cidadão atuante e participativo na sociedade a qual estamos inseridos. E termos o direito de escolher quem vai cuidar de nosso patrimônio.



Se, não colocaríamos nossa casa, nosso carro, nossa família, etc. nas mãos de qualquer um porque são bens que consideramos preciosos por demais e, que por isso mesmo só deixamos alguém de nossa plena confiança cuidar desses bens. Então porque o descaso ao escolhermos o administrador de nosso patrimônio público? Porque não utilizamos os mesmos critérios para fazer a seleção?



Isto se dá porque o povo ainda não tem consciência do que seja o voto e, passou a dar a ele um valor tão inferior e ínfimo a ponto de vendê-lo por um par de botinas ou uma sexta básica. Enfim, é pensar apenas no hoje e esquecermos do amanhã. É resolver, com a venda do voto, a necessidade do hoje sem se importar com o que acontecerá nos quatro anos seguintes.



No dia-a-dia do labor político, nos deparamos com esses pedintes, a tentar vender o seu voto por ninharia. Contudo, a culpa não é do povo que vende seu voto, isto é apenas uma conseqüência da nossa herança política de anos a fio. O povo cansado de ser enganado e ludibriado com a politicagem exercida pelos politiqueiros transvertidos de políticos, passou a procurar uma melhor forma de tirar proveito nesse momento em que o voto é tão disputado pelos candidatos.



Se, ‘cada povo tem o governo que merece’, os políticos também têm o eleitor que merece, e por isso terão que aprender a se reeducarem e reeducar o povo. Terão de ensiná-los a votar pelo sentido real do voto.



Esse é o desafio para os políticos realmente comprometidos com uma política séria e compromissados, voltada para o bem social da comunidade a qual se propõem a governar. Enquanto isso, estarão colhendo o que os politiqueiros plantaram, uma fila de pedintes à sua porta, a espera do melhor lance por seu voto.









Barra do Garças – MT - 02/08/04

Vanderli Medeiros

(Professora graduada em História com extensão em pesquisa, escritora, poeta e Web máster premiada pela UNESCO).







Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui