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Roteiro_de_Filme_ou_Novela-->PODERIA SER DIFERENTE PARTE 12 -- 08/07/2002 - 14:36 (LUIZ CARLOS LOCATELLI) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
SEQ. 28 – PASSAGENS DE TEMPO. ( 2. 30 M ).

01) Silvia desce de um belo carro, numa auto pista, cruza as avenidas, e desce por uma rua do outro lado.
Silvia entra num boteco bem chulo.

CORTE:

O boteco está vazio. O dono do boteco ouve rádio, o rádio está alto.
(por isso ao se falarem, exageram na altura da voz).
O dono do boteco come mortadela.

SILVIA: Uma cerveja, por favor?

DONO: Qual a sua idade?

SILVIA: E isso interessa?(mostrando o dinheiro)

O dono do boteco vira as costas para pegar a cerveja.

CORTE

O pai de Silvia entra num boteco.

ANTÔNIO: Põe uma bem caprichada. (está bêbado)

O dono do boteco enche um copo.
Antônio dá uma golada.

CORTE:

Entra no boteco onde está Silvia, um sujeito todo meloso. Cabelo comprido e mascando chicletes. O Rapaz das cenas iniciais. O bailarino.

RAPAZ: E daí mina, qual o seu preço?

SILVIA: Por enquanto não estou de serviço. (pega a cerveja e paga) Obrigado.

Silvia sai do boteco tomando a cerveja no bico da garrafa.

RAPAZ: Hora dessas, ela vai ser minha.

Silvia apenas aponta o dedo para cima. Do lado de fora.

CORTE:

Antônio, dá outra golada.
Coloca a mão no bolso, mostra que está vazio.
O dono do boteco sai de dentro do balcão, pega-o pelo colarinho e o joga para fora.

CORTE:

Silvia caminha beirando uma pista.

CORTE:

Antônio levanta-se, bate a poeira da roupa e sai cambaleando, limpando uma gota de sangue na boca.

CORTE:

Silvia está sentada num entroncamento de linhas férreas.
Silvia olha para o sol demoradamente. Ascende um baseado. Dá uma tragada. Vê que de longe tem alguém observando.
Silvia levanta-se e sai andando sobre os trilhos.

CORTE:

Lucas acorda dentro de uma quarto apertado e de madeira.
Há umas frestas na janela.
Passa a mão no rosto.
Percebe que está cheio de curativos.
A perna está toda enrolada.
Entra a menina com água nas mãos.
Lucas toma a água.

LUCAS: Que lugar é esse?

A menina apenas sorri.

MENINA: Você parece meu tio João, ele é doente.

LUCAS: Nem me fale.

A menina vira de costas e sai.

LUCAS: Nem me fale, mesmo.

CORTE:

Silvia chega num local sombrio. É um ponto de drogas.
Anda tentando encontrar algum número de casa.
Um menino de uns 12 anos se aproxima.

MENINO: Você tá procurando quem?

SILVIA: Você mora aqui?

MENINO: Por que quer saber?

SILVIA: Onde eu encontro o chefe?

MENINO: Venha comigo.

Silvia sai andando na frente. O menino faz sinal para outros, que estão escondidos, irem embora.

MENINO: O que você quer?

SILVIA: De tudo um pouco.

MENINO: Veio para o lugar certo.

Entram num beco e viram numa esquina.

CORTE:

Inscrição na tela: E O TEMPO PASSA.
Lucas e a menina está na beira de uma estrada.
Lucas carrega uma mochila.

MENINA: Você vai para onde?

LUCAS: (aponta) Para lá.

MENINA: Fazer o quê?

LUCAS: Acertar umas contas.

MENINA: Você vai pagar?

LUCAS: Não, vou cobrar.

MENINA: Cuidado, tem muito bandido por aí.

LUCAS: É?

MENINA: Foi meu pai que falou.

LUCAS: Ele deve ser um homem muito bom.

MENINA: É sim. Ele comprou uma bonequinha de plástico para mim, ontem.

Encosta um ônibus escolar.

LUCAS: Tenho que ir. Diga ao seu pai, que se eu puder, um dia virei agradecer com mais tempo. Tchal. (beija a menina)

MENINA: Tchal.

Lucas entra no ônibus, e o ônibus sai andando.
A menina fica olhando por um instante, depois ela vira de costas e sai andando.

CORTE:

Silvia mal vestida anda numa rua cheia de movimento. Ela está mal vestida e despenteada. Silvia para em frente a uma loja e fica olhando.
Chega um vendedor.

VENDEDOR: Faça o favor de se retirar mocinha. (pega em seu braço e força para que ela saia.)

SILVIA: Calma, eu só estou olhando.

VENDEDOR: Saia já.. Não quero mendigos rondando por aqui. Desvaloriza minha loja. (empurra Silvia para fora)

Silvia sai olhando para trás. Abaixa a cabeça e anda pela calçada.

CORTE:

É Noite. Silvia para frente a uma churrascaria, entra e fica vendo a comida nos aparadouros.
Silvia vê as pessoas comendo, chega um garçom.
O Garçom balança a cabeça, como quem diz não.
Silvia sai da churrascaria bem devagar e triste.
O rapaz de cabelos exóticos, está parado na saída, encostado num poste.
Os dois se olham, mas ela segue só. Ele fica meio que rindo.

CORTE:

Silvia anda num beco da cidade, rua sem movimento. Está muito cansada. Para, senta-se num pequeno muro. Abre a bolsa não encontra nada. Anda mais um pouco e senta-se no chão encostada num muro alto. Põe a cabeça no meio das pernas e dorme.

FUSÃO.

Uma luz clareia Silvia. É manhã. Silvia é acordada por 2 rapazes novos. Estão mal vestidos e cheiram cola.

CHEIRADOR 1: Quem é ela?

CHEIRADOR 2: Sei lá meu. Vamos queimar ela...

CHEIRADOR 1: Vamos acordar a cabrita primeiro.

CHEIRADOR 2: Por mim matava logo. Tá fora da lei mesmo.

Silvia acorda.

SILVIA: Ai minha cabeça. Quem são vocês?

CHEIRADOR 2: (bravo) Você está invadindo o nosso ponto, falou. O chefe não vai gostar disso.

SILVIA: Ponto?

CHEIRADOR 1: Aqui é nosso lugar de trabalho. Chispa daí logo. Precisamos do nosso canto desocupado, agora.

Silvia abre a bolsa.

CHEIRADOR 2: (SACA da arma e aponta para a cabeça dela) Ei, ei. Vamos parando por aí mesmo mocinha. Conheço bem esse tipo de gente. Levanta-se bem devagar. Depois dá o pira. Falou?

SILVIA: Eu só estou procurando o meu espelho.

CHEIRADOR 1: Acho que já está demorando demais. (saca da arma também).

SILVIA: Olha eu não sei porque vocês estão assim. Apenas dormi aqui.
Os dois se olham.
Silvia levanta-se.

CHEIRADOR 1: Você não vende baseado?

SILVIA: Não. Eu só curto, meu.

CHEIRADOR 2: Curte o pó branco. A coisa cristalina feita da coca? Precisa de algum?

SILVIA: Estou sem grana, cara. Não vai dar.

CHEIRADOR 1: (CHEGA POR TRÁS, acaricia ela) Quem sabe a gente podemos negociar.

CHEIRADOR 2: Só depende de você morena. Tu tens o vício, precisa do pó. Nós temos o remédio e a solução imediata. (passando a mão nela).

CHEIRADOR 1: Sem contar que o nosso serviço é de primeira. Damos a garantia.

SILVIA: Podemos pensar no assunto.

CHEIRADOR 2: Venha, a gente temos um local bem supimpa.

Saem andando.

CORTE:

Os três entram numa casa abandonada. Faltam telhas na cobertura.

CHEIRADOR 1: Só a gente possui as chaves desse lugar.

SILVIA: (0LHA E VÊ TUDO ABERTO)

CHEIRADOR 2: Sabe como, é né? Quem tem fiofó tem medo.Eles morrem de medo da gente.

Os dois riem.

CHEIRADOR 1: Eles morrem se pisaram aqui. (riem novamente)

CHEIRADOR 2: (ARANCA A ARMA E ATIRA PARA CIMA) E morrem mesmo. (agarra Silvia com força, põe a arma na nuca dela) Se não tirar a roupa bem depressa, morre também.

CHEIRADOR 1: Que dó do cê. É tão fofinha, vai virar um trapinho. Depois uma peneirinha.

CHEIRADOR 2: (empurra Silvia com força por trás, ela cai de joelhos) Acho melhor a gente matar primeiro. Pelo menos não vai dar trabalho.
CHEIRADOR 1: Mas com ela morta, como me vai fazer uma chupeta?

Silvia sem dizer nada, começa a desabotoar a blusa, os dois ficam meio abobados.
Eles agem como dois idiotas. Mostrar apenas seus rostos.

CHEIRADOR 2: Vai ser hoje a minha primeira vez. Eu não acredito.

CHEIRADOR 1: Nem eu.

Silvia começa a dançar na frente dos dois. Bem sexy.
O cheirador 2, põe as mãos sobre a calça. Deixa a arma cair no chão. Arregala os olhos.
O cheirador 1, corre para um canto, e de costa se masturba.
Silvia faz sinal para eles se aproximarem.
Eles chegam, encostam nela. Ficam elétricos.

SILVIA: Primeiro o pagamento.

O cheirador 2, mais que depressa, vai até a roupa e tira um cachimbo.

CHEIRADOR 2: Eu vou pegar. Mas é só uma amostra. Depois vai Ter muito mais. Certo. Essa é a droga do momento. É fatal.

Silvia dá Duas tragadas, o Cheirador 1 tira o cachimbo da mão dela.

CHEIRADOR 1: Vai devagar, isso mata... E nós temos uma tarefa, ainda.

Silvia Puxa os dois para cima dela, e caem no chão.
Os dois parecem loucos.

SILVIA: Ai, vão devagar.

CORTE:

Plano para montagem: Uma pomba voando. Com sons de sirene de polícia.

Os dois rapazes levantam-se rápidos. Estão sem camisa. Mostrar somente a parte de cima.
Eles se abaixam e colocam o xortes.

CHEIRADOR 1: Vamos sair fora. Os homens tão bem perto.

CHEIRADOR 2: É isso cara. (batem com as mãos, cumprimentando-se)

Silvia está deitada no chão, cobre os seios com um resto de roupa.

SILVIA: E o meu pagamento?

Os dois começam a rir.

CHEIRADOR 1: Pagamento? Que pagamento?

SILVIA: Pelo serviço.

CHEIRADOR 2: Mas nós já pagamos com aquela tragada e mais o nosso serviço de primeira.

SILVIA: Eu quero o pagamento. Promessa é dívida.

CHEIRADOR 1: E você acreditou? Caiu no conto do vigário.

CHEIRADOR 2: Se tiver muito ofendida, procure um advogado, gata.

Os dois viram-se e saem andando devagar.

SILVIA: E vou procurar mesmo. (pega um revólver que estava embaixo dela, com um pano nas mãos) Para me defender de dois homicídios.

Os rapazes param no ato. Se viram.

CHEIRADOR 1: O que é isso, só estamos brincando. Achou que a gente não ia te pagar?. (ameaçam vir para o lado dela)

CHEIRADOR 2: Agora abaixe isso, que é melhor para todos.

SILVIA: Se derem mais um passo, morrem. Só quero meu pagamento.

CHEIRADOR 1: Você Está blefando, esse revólver é de brincadeira.

CHEIRADOR 2: Você deve Ter comprado num balcão de doces.. (os dois começam a rir).

Silvia atira na perna do primeiro. Os dois se calam.

SILVIA: Ë por isso então que está cheio de balinhas de café.

Os dois começam a procurar as armas deles. Correm para todos os lados.

CHEIRADOR 1: Cadê o meu pau de fogo? Larguei aqui.

CHEIRADOR 2: E o meu? Virou fumaça.

CHEIRADOR 1: Tava carregado até a boca.

CHEIRADOR 2: O meu tinha uma carga especial. Balas de aço.

SILVIA: (MOSTRA OS DOIS REVÓLVERES) Procuram por isso? (os dois se apavoram) (vai até eles) Então quer dizer que um de vocês queriam me matar logo de cara. Até mesmo antes de fazer sexo.

CHEIRADOR 1: Foi ele. Eu não deixei.

SILVIA: (dá uma volta neles) Cala a boca. Você tem uma voz muito feia. A vida para mim acabou meus queridos. Estou no fundo do poço. Drogada, barriguda, sem família. Sem dinheiro. Prostituta também. Eu sou mesmo e daí. Ninguém é perfeito. E agora me aparecem dois vagabundos que nunca treparam na vida, e me juram de morte. Essa é boa. Mas como eu sou do bem, vou deixar que vão.(brava) Agora. Saiam.

Os dois vão saindo.

SILVIA: Há, ia me esquecendo. Talvez eu esteja com AIDS.

O Cheirador 2 tira uma faca da roupa, vira-se para ela.

CHEIRADOR 2: AIDS? Vou te matar, vagabunda. (corre para ela)

Silvia descarrega o revólver nele. Ele vai caindo aos poucos.

CHEIRADOR 1: (fica doido) Desgraçada, matou o meu amigo. (corre para o lado dela)

Silvia descarrega o outro revólver. O rapaz vem correndo, levando os tiros e correndo até cair do lado do amigo.
Silvia coloca as armas nas mãos deles.

SILVIA: Promessa é dívida.

Tira as drogas dos bolsos deles e sai andando de cabeça erguida.

CORTE.
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