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Textos_Religiosos-->20. Do amor à solidão e ao silêncio -- 24/04/2010 - 00:44 (José Francisco Bessa da Costa) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
20. Do amor à solidão e ao silêncio

1. Procurarei tempo oportuno para cuidar de mim e relembrar-me-ei a miúdo os benefícios de Deus. Renunciarei às curiosidades e escolherei leituras tais, que mais sirvam para me compungir, que para me distrair. Se me abstiver de conversações supérfluas e passeios ociosos, como também de ouvir novidades e boatos, acharei tempo suficiente e adequado para me entregar a santas meditações. Os maiores santos, quando podiam, evitavam a companhia dos homens, preferindo viver com Deus, em retiro.

2. Disse alguém: "Sempre que estive entre os homens menos homem voltei" (Sêneca, Epist. 7). Isso experimentamos muitas vezes, quando falamos muito. Mas fácil é calar de todo, do que não tropeçar em alguma palavra. Mas fácil é ficar oculto em casa, que fora dela ter a necessária cautela. Quem, pois, pretende chegar à vida interior e espiritual, importa-lhe que, com Jesus, se afaste da turba. Ninguém, sem perigo, se mostra em público, senão quem gosta de esconder-se. Ninguém seguramente fala, senão quem gosta de calar. Ninguém seguramente manda, senão o que perfeitamente aprendeu a obedecer.Não pode haver alegria segura, sem o testemunho de boa consciência.

3. Contudo, a segurança dos santos estava sempre misturada com o temor de Deus; nem eram menos cuidadosos e humildes em si mesmos, porque resplandeciam em grandes virtudes e graças. A segurança dos maus, porém, nasce da soberba e presunção, e acaba por enganar-se a si mesma. Nunca deverei ter-me por seguro nesta vida, ainda que pareça bom religioso ou ermitão devoto.

4. Muitas vezes os melhores no conceito dos homens correram graves perigos, por sua demasiada confiança. Por isso, para muitos é melhor não serem de todo livres de tentações, mas que sejam freqüentemente combatidos, para que não confiem demadiadamente em si, nem se exaltem com soberba, nem tampouco busquem com ânsia as consolações exteriores. Oh! Quem nunca buscasse alegria transitória, nem deste mundo cuidasse, que consciência pura teria! Oh! Quem arredasse todo vão cuidado, para só cuidar das coisas salutares e divinas, pondo toda a sua confiança em Deus, de que grande paz e sossego gozaria!

5. Ninguém é digno da consolação celestial, senão quem se excitar, com diligência, na santa compunção. Se quero compungir-me de coração, entrarei em meu quarto, despedirei todo o bulício do mundo, conforme está escrito: Compungi-vos em vossos cubículos (Sl 4,5). Na cela acharei o que fora dela muitas vezes perco. A cela bem guardada causa doçura, e pouco freqüentada gera enfado. Se bem a guardar e habitar no princípio da minha conversão, ser-me-á depois querida companheira e suavíssimo consolo.

6. No silêncio e sossego faz progressos uma alma devota e aprende os segredos das Escrituras. Ali ela acha a fonte de lágrimas, com que todas as noites se lava e purifica, para tanto mais de perto unir-se ao Criador quanto mais retirada viver do tumulto do mundo. Aquele, pois, que se aparta de seus amigos e conhecidos verão aproximar-se Deus com seus santos anjos. Melhor é estar solitário e tratar de sua alma, que, descurando-a, fazer milagres. Merece louvor o religioso que raro sai, que foge de ser visto pelas pessoas e nem procura vê-las.

7. Para que quero ver o que não me é lícito possuir? Passa o mundo e a sua concupiscência (1Jo 2,17). A inclinação sensual convida a passeios; passada, porém, àquela hora, que nos fica senão consciência pesada e coração distraído? À saída alegre, muitas vezes sucede um regresso triste, e à véspera deleitosa uma triste manhã. Assim, todo gosto carnal entra suavemente; no fim, porém, remorde e mata. Que poderi ver notro lugar que aqui não vejo? Eis: aqui tenho o céu, a terra e todos os elementos; e deles são feitas todas as coisas.

8. Que poderei ver, em parte alguma, estável debaixo do sol por muito tempo? Penso talvez em me satisfazer completamente? Pois não o conseguirei. Se visse diante de mim todas as coisas, que seria senão vã fantasia? Levantarei os olhos a Deus nas alturas e pedirei perdão de meus pecados e negligências. Deixarei as vaidades para os fúteis; Eu, porém, atenderei ao que Deus me mandar. Fecharei atrás de mim a porta e chamarei a meu Jesus amado. Ficarei com ele em minha cela, porque tanta paz em outra parte não acharei. Se não tivesse saído, e escutado os rumores do mundo, melhor teria conservado a santa paz; enquanto folgar de ouvir novidades, terei que sofrer desassossego do coração.

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