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Artigos-->A mente do que tecla está cheia do que os dedos enviam -- 12/08/2004 - 12:54 (Emília Borelli) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Curiosa com os termos da indicação do senhor Torre da Guia, fui ao endereço do blog de Alexandre Inagaki. Resta, no entanto, ressaltar o “apuro” usado na linguagem de tão jeitoso escritor luso:



“Bem... Deixo aqui o endereço da kagadeira do Inagaki se porventura o leitor lhe der na gana de kagar-se à vontade. Vale a pena, o gajito é diversificado, elegantíssimo na apresentação e, como já acima afirmei, escreve sobretudo bem, espécie de merda salutar que pode servir-se em qualquer boa casa de banho das vivendas brasucas com piscina.”





Após tão convincentes palavras, não poderia deixar de atender a tão amável apelo. E lá fui garimpar o prodígio anunciado.









CHARLEA BROWN, A GAROTINHA RUIVA E O TAL DO AMOR



De: Alexandre Inagaki






De todas as criações de Charles M. Schulz, nenhuma me foi tão marcante quanto a garotinha ruiva, símbolo-mor de todos os amores idílicos e nunca concretizados.

Pobre Charlie Brown. Todos nós sentimos compaixão por ele, porque ele simboliza todas as nossas frustrações, inseguranças e fracassos na vida. O que dizer de alguém que não recebeu um cartão sequer no Dia dos Namorados, jamais conseguiu fazer voar uma pipa porque todas enganchavam em alguma árvore, nunca ganhou um jogo de beisebol (e nem chutar as bolas seguradas pela Lucy) e, principalmente, jamais teve coragem para falar com a garotinha ruiva e confessar o seu amor?

Questiona Charlie em uma das tiras dos Peanuts: "mas o amor não existe para fazer a gente feliz?" Nem sempre, Minduim, nem sempre. Que o digam as angústias caladas, os sentimentos represados, as inseguranças que atormentam uma pessoa enredada pelo vórtice da paixão. Tal como na Quadrilha de Drummond, os personagens de Schulz sofrem com amores não-correspondidos. Sally ama Linus que ama sua professora; Lucy ama Schroeder que ama Beethoven; Patty Pimentinha ama Charlie Brown que ama a garotinha ruiva. E, assim como Linus aguarda em vão pela chegada da Grande Abóbora (nos mesmos moldes da espera de Estragon e Wladimir por Godot), a turma do Snoopy ama infrutiferamente. Nós, que somos leitores e espectadores voyeurs da obra de Schulz, rimos com suas histórias. E no entanto esse sorriso é banhado por melancolia, porque todos nós já tivemos um momento Charlie Brown em algum momento de nossas vidas.

Quem acompanhou as histórias de Snoopy e sua turma através dos desenhos exibidos todo domingo à noite no SBT pode me questionar: ué, mas Charlie não chegou a beijar a garotinha ruiva uma vez? Sim: foi no especial para a TV "It s Your First Kiss, Charlie Brown", produzido em 1977. Contudo, vale a pena ressaltar que a garotinha ruiva jamais foi mostrada em uma tira sequer (a não ser por meio de menções feitas pelos outros personagens), e que sua aparição no desenho animado foi feita à revelia de Schulz. A propósito, os produtores do programa deram até mesmo um nome para a garotinha ruiva: Heather.

Para os puristas (incluo-me entre eles), essa aparição é apócrifa e completamente oposta ao espírito original da personagem. Afinal de contas, como nomear ou dar face ao Mistério? Porque a garotinha ruiva nada mais é do que a metáfora daquele amor idílico que perseguimos na juventude: aquele amor que jamais terá rugas ou saldo negativo no banco, que nunca pendurará calcinhas no chuveiro ou esquecerá de levantar a tampa do vaso sanitário, e que permanecerá para sempre imaculado e perfeito em nossos sonhos platônicos.





Deu para perceber por que o Senhor Luso não poderia ter captado o “brasileirês” do bloguista Inagaki. Ele, o portuga, só entende de “merdas e cagadas”.





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